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Origens do Tarô: referências históricas do séc. 14 | |||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
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É para a Europa, especificamente o norte da Itália, que devemos nos voltar para encontrar as primeiras manifestações do jogo do 78 cartas que hoje conhecemos pelo nome de Tarot. E, a julgar pelos mais antigos exemplares conservados, as mudanças sofridas ao longo do tempo foram muito menores do que se poderia esperar: os quatro naipes conhecidos hoje são os mesmos dos jogos italianos desde sempre: Copas, Espadas, Paus e Ouros. Além das dez cartas numéricas, as figuras são em número de quatro, para cada naipe: um rei, uma rainha (ou dama), um cavaleiro e um valete. Restam ainda 22 cartas especiais que, de certo modo, formariam um quinto naipe e que os documentos italianos denominam de trionfi (trunfos) e, os franceses, atouts, com o mesmo sentido de trunfo, ou seja, de cartas que se sobrepõem às demais. | |||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
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Cada um dos vinte e dois arcanos maiores do Tarô permitem paralelos com
Alquimia, Astrologia, Sufismo, Cabala, Mística Cristã… |
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Restaram inúmeras cartas de tarô pintadas à mão, do século XV. São os mais antigos legados históricos, que estão sob guarda de museus ou em posse de colecionadores. | |||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
Registros concretos | |||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
Não se sabe ao certo a origem das cartas do baralho tradicional. Nem se pode afirmar, com certeza, se o conjunto dos 22 trunfos ou Arcanos Maiores – com seus desenhos emblemáticos – e as muito bem conhecidas 56 cartas dos chamados Arcanos Menores – com seus quatro naipes – foram criados separadamente e mais tarde combinados num único baralho, ou se, desde seu nascimento, tiveram a forma de um baralho de setenta e oito cartas. | |||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
Tudo indica que as 56 cartas do baralho comum foram copiadas do jogo difundido entre os guerreiros mamelucos. Os autores da adição das 22 cartas, hoje denominadas “arcanos maiores” entre os tarólogos, permanecem desconhecidos. | |||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
Existe, no entanto, um ponto de concordância entre a maior parte dos estudiosos: raros imaginam que se trataria de alguma manifestação ingênua de “cultura popular” ou de “folclore”. Ao contrário, a abstração das 40 cartas numeradas, bem como as evocações simbólicas dos trunfos, permitem associações surpreendentes com inúmeras outras linguagens simbólicas. Sugerem uma produção muito bem elaborada, um trabalho de Escola. | |||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
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Entre os mais antigos exemplares, encontra-se o célebre jogo pintado
para a família Visconti-Sforza, de Milão, que pode datar dos anos 1430-50. |
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De outro conjunto, conhecido por “Tarot de Charles VI”,
restaram 17 cartas, conservadas na Biblioteca Nacional de França, que parecem datar da segunda metade do séc. XV. |
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A maior parte dos estudiosos considera os 22 trunfos – atualmente denominados “arcanos maiores” – uma criação do norte da Itália, como atestam as cartas do Tarot Visconti Sforza. | |||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
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(ludus cartarum) chegou até nós neste ano de 1377”, mas declara expressamente não saber “em que época, onde e por quem esse jogo havia sido inventado”. Sobre as cartas utilizadas, diz que os homens “pintam as cartas de maneiras diferentes, e jogam com elas de um modo ou de outro. Quanto à forma comum, e ao modo como chegaram até nós, quatro reis são pintados em quatro cartas, cada um deles sentado num trono real e segurando um símbolo em sua mão”. | |||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
Há outra menção, ainda no século XIV, embora não tenha restado exemplar algum das referidas cartas: nos livros de contabilidade de Charles Poupart, tesoureiro de Carlos IV, da França, existe uma passagem que declara que três baralhos em dourado e variegadamente ornamentados foram pintados por Jacquemin Gringonneur, em 1392, para divertimento do rei da França. | |||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
Variantes | |||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
Numa composição diferente, com 50 cartas divididas em 5 séries de 10 cartas cada, existem vários exemplares do jogo chamado Carte di Baldini (c. 1465), também conhecido comoTarocchi de Mantegna, nome de um um importante pintor do norte da Itália no séc. XV. | |||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
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As 50 lâminas do Tarô de Mantegna (c.1465) têm um fino acabamento gráfico.
Suas 5 séries de 10 cartas, porém, não mantêm equivalência nem com seu contemporâneo Visconti-Sforza, nem com o que hoje se denomina Tarô Clássico. |
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Alem de estruturas diferentes, exemplificada com o Tarô de Mantegna, existem inúmeros exemplos posteriores de acréscimo de cartas – como é o caso do I Tarocchi Classici – e também de cortes e supressões que acabaram por originar jogos reduzidos que se tornaram populares: Baralho Petit Lenormand, também conhecido como Baralho Cigano. | |||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
Contato com o autor:
Constantino K. Riemma – contato-ct@clubedotaro.com.br Outros trabalhos seus no Clube do Tarô: Autores |
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Hipoteses e paralelos sobre a origem das cartas | |||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
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O Papel especial dos impressores | |||||||||
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O estudo atento dos “trunfos”, atualmente denominados Arcanos Maiores, mostra – conforme ressalta Thierry Depaulis – que se trata de uma iconografia tipicamente européia, misturando alegorias: | |||||||||
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Em meados do séc. XVII existia uma grande quantidade de casas editoras, com |
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Segundo boa parte dos historiadores, o jogo do tarô teria entrado na França durante as guerras contra a Itália, bem no início do séc. XVI. Sua mais antiga menção, nesse país, aparece em Gargantua, de Rabelais (1534), que cita o “tarau” em sua longa lista de jogos de seu herói. A partir de meados do séc. XVI, as referências se multiplicam. Estão conservadas, aliás, as 38 cartas de um jogo feito em Lyon, em 1557, por Catelin Geoffroy. Isso quer dizer que o tarô possui, na França, tal como na Itália, verdadeiro selo de nobreza. Os gravuristas franceses desempenharam um papel fundamental na difusão do jogo. Os jogos eram estampados por meio de gravações em madeira, e pintados à mão. Além disso, por serem destinadas a jogadores, as cartas eram levemente ensaboadas, para garantir que deslizassem com facilidade. |
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O papel especial da França | |||||||||
No séc. XVIII, o tarô é produzido por toda parte, na Europa e, principalmente, na França: Marseille, Avignon, Lyon, Paris, Rouen, Dijon, Chambéry, Besançon, Colmar, Strasbourg, Belfort, para citar os centros mais destacados. Na Itália e na Suíça também aparecem importantes gravadores e impressores das cartas. É o caso do chamado Tarô Clássico, impresso na Suíça nessa mesma época, cujas gravuras são similares às produzidas em Marselha. Ainda existem os blocos de madeira originais utilizados para estampagem do baralho, entalhados em 1751 por Claude Burdel, cujas iniciais CB estão impressas no brasão do Carro (lâmina 7). |
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Cartas do tarô denominado “Clássico” que se difundiu pela Europa. Acima, três cartas
restauradas dos “trunfos”originalmente gravados e impressos por Claude Burdel, na Suíça. O Dois de Ouros é uma foto do original, que traz a informação: “Claude Burdel – Cartier et Graveur – 1751”. |
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Um modelo específico dominou amplamente entre os impressores franceses: trata-se do célebre Tarô de Marselha, assim denominado porque essa cidade era sua principal produtora na segunda metade do séc. XVIII. Essas cartas foram tão difundidas que até mesmo os italianos se puseram a importar e a copiar os jogos impressos em Marselha. Uma referência básica dessa linha marselhesa encontra-se nas gravuras de Nicolas Conver. Esse modelo foi bastante copiado e as cores utilizadas sofreram inúmeras alterações em razão dos processos tipográficos adotados. | |||||||||
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Persistem até hoje divergências entre os estudiosos e restauradores do Tarô, com respeito à versão do Tarô de Marselha que seria mais adequada, seja quanto aos detalhes das gravuras, seja em relação às cores utilizadas. | |||||||||
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A cada século que se seguiu, aumentou a difusão das cartas e a invenção de novos desenhos, mais ou menos afastados do modelo clássico. | |||||||||
As variações modernas | |||||||||
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Jogos e mancias: um percurso de mãos dadas | |||||||||||||||||||||||||||||||
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Está ainda por ser feito, no Brasil de hoje, um levantamento para sabermos qual a proporção quantitativa da utilização das cartas: | |||||||||||||||||||||||||||||||
(a) para estudos simbólicos, terapia e cartomancia; | |||||||||||||||||||||||||||||||
(b) para jogos de lazer, nos lares e nos clubes, bem como para o carteado valendo dinheiro, nos cassinos e outros recintos fechados. | |||||||||||||||||||||||||||||||
Jogos e lazer
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Os registros históricos mais antigos sobre a existência do Tarô são encontrados na Europa, em particular na Itália e França. E o que neles se mencionam são o jogos e o lazer. Tal utilização das cartas se estende até hoje, passando pelas apostas retratadas nos filmes de “faroeste” americano, cassinos, clubes, bares. | |||||||||||||||||||||||||||||||
Muitos clubes e comunidades organizam torneios de jogos de baralho: buraco, canastra, tranca e bridge, entre outros, como forma de lazer e de integração. | |||||||||||||||||||||||||||||||
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O baralho moderno, herdeiro dos Arcanos Menores do Tarô, também anima jogos na família, que vão dos mais simples, para crianças, até os elaborados e complexos, para os adultos, sem contar as “paciências” que podem ser jogadas solitariamente, não só com baralhos impressos, mas igualmente pelas telas dos computadores. | |||||||||||||||||||||||||||||||
Cartomancia
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A febre da aplicação do Tarô à cartomancia, na Europa, torna-se visível com Etteilla, na seqüência da divulgação do trabalho de Court de Gebelin (1775). | |||||||||||||||||||||||||||||||
Etteilla, pseudônimo de Alliette, ora descrito como peruqueiro, ora como professor de álgebra, foi considerado por muitos como um oportunista. Tornou-se um dos mais ardorosos seguidores de Gebelin e se dedicou a promover suas idéias para acumular grande fama e fortuna. | |||||||||||||||||||||||||||||||
Os desenhos do baralho do “Grande Etteilla” afastam-se das figuras simbólicas encontradas na maioria dos tarôs até então. Hoje em dia, é possível encontrar reproduções, das cartas originais de Etteilla, que parece ser sido um exemplo marcante de simplificação e popularização dos símbolos. | |||||||||||||||||||||||||||||||
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O baralho redesenhado sob a direção de Jean-Baptiste Alliette “Etteilla” (1738-1791)
revela claramente sua finalidade adivinhatória. Os significados das cartas são reduzidos à umas poucas referências práticas, próprias à cartomancia: “Doença”, “Fortuna”, “Nobre”, “Homem Loiro”… |
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A prática popular da cartomancia, entretanto, já corria há muito por toda Europa, graças aos ciganos e sensitivos espalhados por toda parte. E, hoje em dia, todas as pessoas conhecem a utilização mântica do baralho (seja chamado de “tarô” ou de “jogo de cartas”), quer nos grandes centros urbanos, quer nas pequenas cidades. | |||||||||||||||||||||||||||||||
Lazer e Cartomancia no Brasil
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Na primeira metade do século passado, com o grande afluxo de imigrantes europeus e árabes, muito antes da TV e dos eletrônicos, os baralhos dominavam a cena dos jogos de mesa. Sua versatilidade de regras permitia entreter crianças, adultos competitivos, idosos dispostos aos passamentos, tantos nos lares, nos encontros familiares, como nos clubes. | |||||||||||||||||||||||||||||||
Os jogos de baralhos eram e continuam sendo relativamente baratos e acessíveis, o que facilitava e facilita sua difusão. | |||||||||||||||||||||||||||||||
Ao lado da utilização lúdica, o baralho comum aparece nas mãos de uma certa parcela de mulheres interessadas em outra vertente: ler a sorte pelas cartas. | |||||||||||||||||||||||||||||||
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Exemplo de um baralho comum, dos anos 40 ou 50, bem marcado pelo uso, com anotação dos
significados das cartas segundo a cartomancia popular: “Sucesso garantido pela ajuda de um amigo”, “Viagem de negócios”, “Inimiga maledicente e invejosa”, “União feliz, vantajosa”… |
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No Interior brasileiro, ainda é possível encontrar curandeiras, benzedeiras, paranormais, que utilizam o baralhos comuns, muitas vezes sobras dos jogos de carteado dos homens, para realizar seus trabalhos de ajuda e para fazer predições. | |||||||||||||||||||||||||||||||
Sob a designação genérica de ‘tarólogos’ existem, entre nós, inúmeros praticantes que conciliam a cartomancia com uma visão simbólica mais ampla. Muitos deles são profissionais que dedicam exclusivamente ao atendimento de pessoas, combinando em diferentes graus e níveis, as previsões com o aconselhamento psicológico e existencial. | |||||||||||||||||||||||||||||||
A história do baralho no Brasil ainda está por ser registrada como merece. E o Clube do Tarôoferece espaço para isso. Aguarda participações. | |||||||||||||||||||||||||||||||
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Pesquisas históricas e estudos sobre o Tarô
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As múltiplas faces do Esoterismo e o Tarô | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
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O jogo de baralho já circulava por volta de quatro séculos na Europa, com finalidade de lazer, quando começaram a ser divulgados os primeiros estudos sobre seus aspectos simbólicos ou esotéricos e suas possíveis ou imaginárias origens ocultas. | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
Apresentamos, a seguir, uma súmula sobre cada figura marcante nessa nova e crescente linha de abordagem das cartas, incluindo links para estudos de aprofundamento. | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
Court de Gebelin | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
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Etteilla – Jean-Baptiste Alliette | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
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Mais franceses | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
Eliphas Levi | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
Autor respeitado, Eliphas Levi (1810-1875) foi um filósofo, esoterista, que se dedicou ao estudo dos símbolos e que deixou muitos seguidores. Seminarista da Igreja Católica Romana, artista plástico, seu nome verdadeiro era Alphonse Louis Constant. | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
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Stanilas de Guaita | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
Outros nomes também se destacam nesse período efervescente, como é o caso de Stanislas de Guaita (1861-1897), fundador da “Ordem Kabalística da Rosacruz”, que congregou muitos dos assim chamados “ocultistas” e “magos”. | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
Oswald Wirth | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
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Nesse sentido, embora fosse maçom, seu trabalho não constituiu um “tarô maçônico”, exclusivo, como alguns defendem, a menos que também se considere os desenhos dos antigos “cartiers” franceses, entre eles o jogo marselhês, como herdeiros dos antigos construtores das catedrais, o que aí, sim, seria cabível. | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
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Papus – Gérard Encause | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
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Embora seja muito mais popular que Eliphas Levi e Oswald Wirth, há estudiosos, entre entre eles P. Ouspensky, que apontam deslizes e generalizações indevidas em seus textos. | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
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René Guénon | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
Na segunda metade do séc. 19 amplia-se a quantidade de escritores e publicações ligados ao esoterismo. Proliferam ordens, irmandades, sociedades, lojas, sob várias designações: rosacruzes, maçônicas, ocultistas, templárias, esotéricas, mágicas, secretas… Joio e trigo se misturam irremediavelmente. | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
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René Guénon teve força e coragem para remar contra a maré e dedicou sua vida ao estudo e à transmissão do saber que se encontra além da ciência moderna. | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
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Os ingleses | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
Na esteira do que se passa no continente europeu, a Inglaterra é igualmente palco para personagens que incluem o Tarô em seus estudos. | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
MacGregor Mathers | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
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Arthur Waite | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
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Aleister Crowley | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
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Dois russos: estudos em profundidade | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
Entre os estudos muito importantes sobre os fundamentos simbólicos do tarô, alguns deles representam um verdadeiro desafio para os iniciantes. É o caso de dois autores russos – Mebes e Tomberg – produziram obras que vão muito além do esoterismo para consumo em feiras e bijuterias. | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
G. O. Mebes | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
O professor e esoterista russo Gregory Ottonovich Mebes morreu em campo de concentração do regime comunista. | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
O que nos restou de seus cursos foram anotações de alunos, portanto sem muitas explicações de detalhes para aqueles que desconhecem a simbólica da Árvore de Vida e não participavam diretamente do contexto prático em que Mebes realizava o seu trabalho. | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
Mebes está longe do papel de personalidade popular, mas deixou para a posteridade importantes estímulos para novas direções de pesquisa sobre as cartas ao estabelecer inusitados nexos entre símbolos cabalísticos e os arcanos maiores e menores. | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
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Valentim Tomberg | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
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O cenário nas Américas | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
Dada a receptividade do tarô nas Américas, muitos livros foram publicados com ampla diversificação de público e de propósitos. Na maior parte dos casos consistem em manuais de introdução e estudo prático das cartas. Não vieram à luz pesquisas e tratados como aqueles que foram elaborados por autores europeus. A notável exceção, nesse sentido, é o trabalho do argentino J. Iglesias Janeiro, autor de La Cábala de Predición e criador de um tarô egípcio que obteve grande aceitação e que foi reproduzido inclusive pela USGames, a importante editora norte-americana de baralhos. | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
Entre os norte-americanos destaca-se a figura de Paul Foster Case, que se vinculou a fontes européias de linha rosa-cruz e Golden Down, entre outras. Escreve um livro sobre o tarô no qual revê e redesenha as cartas de Waite. | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
Também podem ser encontradas muitas adaptações do baralho tradicional às múltiplas referências culturais que ganharam espaço no continente, como é o caso das tradições africanas, indígenas, e do cenário cigano. Tratam-se, porém, na grande maioria dos casos de edições dos próprios autores, com distribuição limitada. | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
Indicamos, abaixo, links para artigos, resenhas e produções artísticas produzidos nas Américas ligados ao tarô: | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
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Cartas, lâminas, arcanos | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
No clima europeu do século XIX, em que o Tarô foi revalorizado pelos estudiosos de temas esotéricos, torna-se compreensível que seria bem recebida a troca de termos para designar as cartas e o baralho. De fato foi o que aconteceu a partir da publicação, em 1865, da obra “L’homme rouge des Tuileries” de Paul Christian, pseudônimo de Jean-Baptiste Pitois (1811-1877). Discípulo de Eliphas Levi, atribui-se a Paul Christian ter “inventado os termos lâminase arcanos para designar as cartas dos Tarots”. | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
A partir da segunda metade do século XIX, tornou-se usual a utilização dos termos lâmina e, principalmente, arcano em substituição a carta. | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
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Arcanos Maiores – Apresentação | |||||||||||||||||||||||||||
As 22 cartas ou lâminas, chamadas tarocchi ou trionfi, na Itália, triomphes ou atouts, na França, são hoje denominadas Arcanos Maiores nos manuais de Tarô. | |||||||||||||||||||||||||||
Nos dois jogos mais antigos que chegaram até nós – Visconti Sforza (1440) e Gringonneur (1455) – essas 22 cartas não estão numeradas. Veja: Baralhos | |||||||||||||||||||||||||||
Mesmo nas publicações em que aparecem numeradas, as cartas não têm uma seqüência facilmente compreensível, como acontece com os 56 arcanos menores. Esse talvez seja o motivo de a utilização popular do baralho – no lazer e jogos de azar – ter dispensado os 22 Arcanos Maiores. Seu único vestígio no baralho comum, para o carteado, é o Coringa ou Trunfo, que corresponde ao Louco, a figura que permaneceu sem número. | |||||||||||||||||||||||||||
Os estudiosos do tarô, no entanto, encontraram muitos arranjos para dar coerência ao conjunto dos Arcanos Maiores, estabelecendo diferentes critérios de agrupamentos, o que prova a maleabilidade das linguagens simbólicas. | |||||||||||||||||||||||||||
Clique sobre a carta para conhecer os textos explicativos | |||||||||||||||||||||||||||
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(0 ou 22) O Louco | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
O Arcano da Busca e da Peregrinação | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
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Espontaneidade, despreocupação, admiração, saudade. Impulsividade. Inconsciência. Alienação. |
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Interpretações usuais na cartomancia | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
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História e iconografia | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
Reis e senhores, desde épocas remotas, tinham bufões em seus palácios, verdadeiras caricaturas da corte. Histórias sobre eles, bem como as representações gráficas desse personagem, podem ser contadas às dezenas. | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
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Alberto Cousté, O Tarô ou a máquina de imaginar. Rio, Ed. Labor, 1977. | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
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Anônimo (Valentin Tomberg), Meditações sobre os 22 Arcanos Maiores do Tarô. São Paulo, Ed. Paulinas | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
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Paul Marteau, O Tarô de Marselha.São Paulo, Ed. Objetiva, 1991. | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
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Para fontes secundárias nesta compilação veja: Bibliografia | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
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I. O Mágico ou O Mago | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
O Arcano da Mística, da Concentração, do Impulso Criador | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
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Significados simbólicos | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
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Desafios e sombra: Charlatão persuasivo, sugestivo, ilusionista, intrigante, politiqueiro, impostor, mentiroso, explorador de inocentes. Agitação vã, ausência de escrúpulos. Discussões, brigas que podem se tornar violentas, dado o vigor do personagem. Mau uso do poder, orientação defeituosa na ação, operações inoportunas. Tendência à dispersão nas ações, falta de unidade nos processos e atividades. Dúvida. Indecisão. Incerteza frente aos acontecimentos. | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
História e iconografia | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
Desde a Idade Média são bem conhecidos esses personagens que ganhavam a vida com suas habilidades. Seu ofício combinava frequentemente a apresentação de danças e a prática de charlatanismo – muitos deles passavam o tempo a vagabundear pelas feiras. | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
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Não há muitas marcas literárias de sua passagem pela cultura europeia, mas, em compensação, foi um personagem de prestígio nas artes gráficas desde os primeiros tempos. As gravações medievais costumam mostrá-lo no desempenho de suas mágicas frente a um grupo de espectadores absortos. | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
O Tarô suprime as testemunhas e acrescenta detalhes originais (a mesa de três pernas, a posição das pernas e dos braços do protagonista, entre outros), mas o seu parentesco com os registros sobre as feiras é evidente. | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
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Uma das especulações em torno do personagem do Arcano I pode ser estabelecida a partir da sua atividade intensa, de seu dinamismo sem repouso (produto de seu caráter de intermediário entre o sensível e o virtual), atributo que o relaciona de modo estreito ao simbolismo de Mercúrio. | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
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Alberto Cousté, O Tarô ou a máquina de imaginar. Rio, Ed. Labor, 1977. | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
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Anônimo (Valentin Tomberg), Meditações sobre os 22 Arcanos Maiores do Tarô. São Paulo, Ed. Paulinas | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
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Paul Marteau, O Tarô de Marselha.São Paulo, Ed. Objetiva, 1991. | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
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Para fontes secundárias nesta compilação veja: Bibliografia | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
Contato:
Constantino K. Riemma – ckr@clubedotaro.com.br Outros trabalhos seus no Clube do Tarô: Autores |
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II. A Papisa (ou A Sacerdotisa) | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
O Arcano da Sabedoria, da Gnose, do Princípio Receptivo | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
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Interpretações usuais na cartomancia | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
Reserva, discrição, silêncio, meditação, fé, confiança atenta. Paciência, sentimento religioso, resignação. Favorável às coisas ocultas. | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
Mental: Grande riqueza de ideias. Responde a problemas concretos melhor do que a questões vagas. | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
Emocional: É amistosa, recebe bem. Mas não é afetuosa. | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
Físico: Situação garantida, poder sobre os acontecimentos, revelação de coisas ocultas, segurança de triunfo sobre o mal. Boa saúde, mas com um ritmo físico lento. | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
Desafios e sombra: Dissimulação, hipocrisia, intenções secretas. Mesquinharia, inação, preguiça. Beatice. Rancor, disposição hostil ou indiferença. Misticismo absorvente, fanático. Peso, passividade, carga. As intuições que traz invertem seu sentido e se tornam falsas. Atraso, lentidão nas realizações. | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
História e iconografia | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
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A Sacerdotisa representa a submissão majestosa às exigências dessa iniciação, o equilíbrio que a repartição elementar de forças produz no conflito. | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
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Alberto Cousté, O Tarô ou a máquina de imaginar. Rio, Ed. Labor, 1977. | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
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Anônimo (Valentin Tomberg), Meditações sobre os 22 Arcanos Maiores do Tarô. São Paulo, Ed. Paulinas | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
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Paul Marteau, O Tarô de Marselha.São Paulo, Ed. Objetiva, 1991. | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
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Para fontes secundárias nesta compilação veja: Bibliografia | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
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III. A Imperatriz | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
O Arcano da Magia Sagrada, da Força Mediadora, da Mãe | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
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Interpretações usuais na cartomancia | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
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Ela é a Madona cristã, a esposa do rei ou mãe do herói; a deusa primordial de todos os ritos matriarcais; as quatro damas do baralho. | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
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Alberto Cousté, O Tarô ou a máquina de imaginar. Rio, Ed. Labor, 1977. | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
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Anônimo (Valentin Tomberg), Meditações sobre os 22 Arcanos Maiores do Tarô. São Paulo, Ed. Paulinas | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
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Paul Marteau, O Tarô de Marselha.São Paulo, Ed. Objetiva, 1991. | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
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IIII. O Imperador | |||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
O Arcano da Autoridade, da Paternidade e da Obediência | |||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
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Significados simbólicos | |||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
O poder, o portal, o governo, a iniciação, o tetragrama, o quaternário, a pedra cúbica ou sua base. Proteção paternal. | |||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
Firmeza. Afirmação. Consistência. Autoridade. Poder executivo. Influência saturnina-marciana. Concretização, habilidades práticas, ordem, estabilidade, prestígio. | |||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
Interpretações usuais na cartomancia | |||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
Direito, rigor, certeza, firmeza, realização. Energia perseverante, vontade inquebrantável, execução do que está resolvido. Protetor poderoso. | |||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
Mental: Inteligência equilibrada, que não despreza o plano utilitário. | |||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
Emocional: Acordo, paz, conciliação dos sentimentos. | |||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
Físico: Os bens, o poder passageiro. Contrato firmado, fusão de sociedades, situação do acordo. Saúde equilibrada, mas com tendência à exuberância excessiva. | |||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
Desafios e sombra: Resultados contrários ao pretendido, ruptura do equilíbrio. Queda. Perda dos bens, da saúde ou do domínio sobre coisas e seres. Oposição tenaz, hostilidade preconcebida. Teimosia, adversário obstinado; assunto contrário aos interesses. Autodestruição, grande risco de ser enganado. Autoritarismo, tirania, absolutismo. | |||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
História e iconografia | |||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
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Os cabalistas, como demonstra este exemplo, trabalham também com o pensamento analógico, tal como se vê nos demais estudos tradicionais. | |||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
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Do ponto de vista cabalístico, a relação Tetragrama-Imperador parece muito fecunda, já que, comparada com as três letras anteriores (ou os três arcanos), consideradas respectivamente como o princípio ativo (I), o princípio passivo (II) e o princípio do equilíbrio ou neutralizador (III), a quarta letra ou carta é considerada o resultado e, também, o princípio da energia latente. | |||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
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Como Hércules, também o Imperador não transcende a condição humana, embora o princípio indique que poderá levá-la à sua mais alta manifestação. | |||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
É considerado, em sua face não trabalhada, como representante do aspecto violento e agressivo do masculino, mas também como dispensador da energia vital e, neste aspecto, como a Natureza abundante, divisível, nutritiva. | |||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
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Alberto Cousté, O Tarô ou a máquina de imaginar. Rio, Ed. Labor, 1977. | |||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
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Anônimo (Valentin Tomberg), Meditações sobre os 22 Arcanos Maiores do Tarô. São Paulo, Ed. Paulinas | |||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
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Paul Marteau, O Tarô de Marselha.São Paulo, Ed. Objetiva, 1991. | |||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
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V. O Papa (O Pontífice ou o Hierofante) | |||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
O Arcano da Transcendência, da Iluminação, da Pobreza | |||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
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Dever. Moral. Consciência. Santidade. | |||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
Lei, simbolismo, filosofia, religião. Evoca os níveis mais altos de consciência. | |||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
Interpretações usuais na cartomancia | |||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
Autoridade moral, sacerdócio, instrução. Proteção, lealdade. Observância das convenções, respeitabilidade. Ensino, conselhos equilibrados. Benevolência, generosidade, indulgência, | |||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
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História e iconografia | |||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
O Arcano V é uma das figuras que permitiram precisar com maior exatidão a antiguidade do Tarô, já que seus detalhes iconográficos remontam a um modelo perdido em que se inspirou necessariamente o desenho de Fautrier (Tarô de Marselha), o que é confirmado pelas diferenças e semelhanças com maços mais antigos, como os de Baldini (1436-1487) e Gringonneur (1450). | |||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
Em primeiro lugar, é preciso destacar que o Pontífice do Tarô de Marselha é barbudo, enquanto seus precursores renascentistas e medievais não o são. Há estudos que estabelecem uma curiosa cronologia da moda papal neste aspecto. Torna-se assim evidente que o tarô clássico copia um modelo mais antigo que não chegou até nós, mas que assegura a continuidade evolutiva do Tarô desde os imagiers du moyen age até a atualidade. | |||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
Outro detalhe interessante é o da evolução da tiara papal na iconografia do Tarô. A tiara (com seu simbolismo sobre a existência dos três reinos ou mundos) não é um elemento litúrgico que permaneceu invariável ao longo da História. Boa parte dos estudiosos tende a concluir que as composições das tiaras representadas no Tarô clássico foram inspiradas em gravações anteriores ao século XV, possivelmente dos fins do primeiro milênio. | |||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
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Para correlações entre as virtudes e as cartas do Tarô, veja As Sete Virtudes Cristãs e o Tarôcom comentários de vários tarólogos. | |||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
Wirth o imagina o Papa como um ancião pleno de indulgência para com as debilidades humanas, pontificando ante duas categorias de fiéis: aqueles que compreendem (representados pelo personagem com a mão para o alto); e os que formam o rebanho cego e inconsciente que obedece por temor ao castigo, e não por autodeterminação (representados pelo personagem que aponta a mão para o chão). Estas combinações (alto e baixo, direita e esquerda) voltam a colocar a ordem do quaternário como modelo de organização. | |||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
Considerado do ponto de vista do quaternário formado pelos arcanos anteriores, o Pontífice representaria o conteúdo da forma, a quintessência concebível (se bem que imperceptível), o domínio da quarta dimensão. | |||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
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Alberto Cousté, O Tarô ou a máquina de imaginar. Rio, Ed. Labor, 1977. | |||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
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Anônimo (Valentin Tomberg), Meditações sobre os 22 Arcanos Maiores do Tarô. São Paulo, Ed. Paulinas | |||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
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Paul Marteau, O Tarô de Marselha.São Paulo, Ed. Objetiva, 1991. | |||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
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Para fontes secundárias nesta compilação veja: Bibliografia | |||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
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VI. Os Namorados (Os Enamorados ou Os Amantes) | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
O Arcano da Iniciação, da Castidade e do Livre arbítrio | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
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Do disco solar surgem 24 raios pontiagudos, um dos quais é superposto pela asa do anjo. | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
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Ruptura, separação, divórcio, desordem. Prova a ser vivida. Tentações perigosas, risco de ser seduzido. | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
O detalhe dos braços da mulher | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
Nas descrições do tarô classico fica muitas vezes uma dúvida com relação ao braço na altura do ventre da mulher da direita. O braço é dela ou do homem que se encontra no centro da carta? De fato, nas xilogravuras antigas os traços não são nítidos e a avaliação dependerá em grande parte do modo como a estampa foi colorida, conforme poderá ser apreciado nos exemplos abaixo: | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
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No tarô de Marselha da editora Grimaud (1760) as mangas brancas da mulher dão a entender que é dela o braço em questão, embora o perfil da mão só pudesse ser a do personagem masculino no centro. Já no jogo restaurado em 1998 por Camoin e Jodorowsky (a primeira ilustração no alto da página), o homem e a mulher têm mangas azuis e, assim, a ambiguidade persiste. Apenas na versão do tarô de Marselha restaurado por Kris Hadar (acima, à direita), há uma alteração de detalhe no encontro dos ombros dos dois personagens e faz com que a cor amarela da manga marque o braço como sendo do homem, o personagem no centro da carta. Ou seja, como é comum na história das cartas, não faltam questões e ambiguidades… | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
História e iconografia | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
Em vasos e quadros da época romana, encontra-se com frequência a imagem de um casal de namorados ante uma terceira pessoa ou elemento (em geral um Cupido). | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
O Arcano VI parece referir-se de forma alegórica a uma ideia diferente: a famosa parábola de Hércules na encruzilhada entre a Virtude e o Vicio, tal como conta Xenofonte nas suas lembranças de Sócrates. É bem provável que esta parábola – e suas variantes, como a de Luciano, o Jovem, disputado pela Arte e pela Ciência, entre as mais conhecidas– tenha sido popular na Idade Média, visto que é citada por vários autores dessa época (Cícero, no Tratado dos Deveres; São Basílio, no seu Discurso aos Jovens). | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
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É preciso remontar mais uma vez aos pitagóricos para encontrar o simbolismo gráfico do tema, representado entre eles pela letra Y, emblema da escolha vital que todo homem realiza no final da infância. | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
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célebres pintores renascentistas – Rafael, Perugino – deram testemunho dessa cerimônia na vida da Virgem. | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
Wirth vê no Enamorado a primeira fase individual da trajetória iniciática, quando o homem terminou a sua formação, mas não começou ainda o seu trabalho. | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
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Alberto Cousté, O Tarô ou a máquina de imaginar. Rio, Ed. Labor, 1977. | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
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Anônimo (Valentin Tomberg), Meditações sobre os 22 Arcanos Maiores do Tarô. São Paulo, Ed. Paulinas | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
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Paul Marteau, O Tarô de Marselha.São Paulo, Ed. Objetiva, 1991. | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
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Para fontes secundárias nesta compilação veja: Bibliografia | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
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VII. O Carro | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
O Arcano do Domínio, do Repouso | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
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Cinco plantas brotam do solo. Não aparecem rédeas ou qualquer outro meio de guiar o carro. | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
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Governo ilegítimo, situação usurpada, ditadura. Oportunismo perigoso. Preocupações, cansaço, atividade febril e sem repouso. Perda de controle. | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
História e iconografia | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
O desfile dos heróis triunfantes de pé sobre seus carros de guerra é um costume pelo menos tão antigo quanto os próprios carros de guerra. Court de Gébelin – e com ele os que acreditam numa origem egípcia do Tarô – imagina que o Arcano VII nada mais é que a reapresentação do Osíris triunfal, e que os cavalos são uma herança vulgar da Esfinge. | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
Mais coerente, contudo, é relacionr essa figura às apoteoses lendárias que comoveram a Idade Média, época em que se localiza sua iconografia. | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
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Os heróis não podem, contudo, sobrepor-se aos deuses: na metade do caminho Alexandre recebeu um emissário dos deuses, um enfurecido Homem Pássaro que insistiu para que ele desistisse de seu projeto. Muito a contragosto, Alexandre aceitou a censura e atirou a lança para a Terra, para onde desceram os Grifos, impacientes e vorazes. | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
Essa lenda, nascida certamente no Oriente, foi introduzida na Europa no fim do século II. Estendeu-se em seguida por todo o Ocidente cristão e era conhecida desde a baixa Idade Média. Numerosas ilustrações e várias esculturas que a representam chegaram até nós. A Crônica Mundial, de Rudolph von Ems (século XIII) a reproduz em uma detalhada miniatura; em São Marcos de Veneza está o relevo talvez mais significativo para rastrear as fontes inspiradoras do Arcano VII: a cesta de Alexandre é ali uma caixa semelhante à de O Carro; aparecem também as rodas esboçadas. | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
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Durante a Idade Média, a arte dos imagiers parece ter-se servido desta lenda como uma alegoria do orgulho. | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
Por sua amplitude simbólica e pela beleza da sua composição, O Carro figura entre os arcanos de maior prestígio do Tarô. É, também, um dos que oferecem maiores lacunas de interpretação. | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
O arcano 7 é associado à Zain, sétima letra do alfabeto hebreu, que corresponde ao nosso Z; representa mobilidade, inquietude, deslocamentos rápidos, ação em ziguezague. | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
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Há quem veja ainda, nos animais presos, uma anfisbena (serpente de duas cabeças), ou poderes antagônicos que é necessário subjugar para prosseguir – “assim como no caduceu se equilibram as duas serpentes contrárias”. O veículo representaria o simbolismo do Antimônio (ou a Alma Intelectual dos alquimistas), mencionado como Currus Triumphalis num tratado de Basílio Valentin (Amsterdã, 1671). | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
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Siglas no escudo | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
Finalmente,cabe examinar as letras inscritas no escudo – S e M – tal como aparecem no Tarô de Marselha da Editora Grimaud. | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
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O Carro em tarôs clássicos: sem letras no escudo da carruagem – Jacques Vieville (1650) – e com letras IN no Jean Noblet (1650), VT no Nicolas Convert (1760) e FT no François Tourcaty (1800) |
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Ao observamos, porém, as gravuras antigas dos baralhos podemos constatar que existem evidências de que a inclusão de sílabas têm razões menos esotéricas do que alguns supõe. Há gravuras em que o escudo permanece vazio, mas em boa parte dos baralhos clássicos, o espaço é preenchido com letras que variam de jogo para jogo, usualmente com as iniciais do proprietário da casa impressora, como exemplificam as cartas acima que circularam amplamente pela Europa. Algo semelhante se passa com a carta Dois de Ouros (veja), que traz uma faixa quase sempre preenchida com o nome dos editores. | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
Não é este, porém, o único ponto controverso do arcano que Éliphas Lévy chamou de “o mais belo e mais completo de todos que compõem a chave do Tarô”. | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
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Alberto Cousté, O Tarô ou a máquina de imaginar. Rio, Ed. Labor, 1977. | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
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Anônimo (Valentin Tomberg), Meditações sobre os 22 Arcanos Maiores do Tarô. São Paulo, Ed. Paulinas | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
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Paul Marteau, O Tarô de Marselha.São Paulo, Ed. Objetiva, 1991. | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
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VIII. A Justiça | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
O arcano do Equilíbrio, da Imparcialidade | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
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História e iconografia | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
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Alberto Cousté, O Tarô ou a máquina de imaginar. Rio, Ed. Labor, 1977. | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
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Anônimo (Valentin Tomberg), Meditações sobre os 22 Arcanos Maiores do Tarô. São Paulo, Ed. Paulinas | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
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Paul Marteau, O Tarô de Marselha.São Paulo, Ed. Objetiva, 1991. | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
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IX . O Eremita | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
O Arcano da Busca do Conhecimento e do Iniciado | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
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História e iconografia | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
O Ermitão é, sem dúvida, um dos arcanos menos alegóricos do Tarô. A imagem de um peregrino em hábito de monge, portando um cajado, pode ser encontrado em dezenas de iluminuras em manuscritos dos séculos XV e XVI. O único detalhe que o afasta desta monotonia é a lâmpada que leva na mão direita: por ela imagina-se que seja uma ilustração da conhecida história de Diógenes em busca de um homem honesto. Esse relato foi muito popular na alta Idade Média e no Renascimento e, de fato, vários modelos renascentistas do Tarô chamam o Arcano VIIII de Diógenes. | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
Alguns estudiosos acreditam que boa parte do simbolismo do Ermitão liga-se aos princípios fundamentais desse filósofo cínico: desprezo pelas convenções e vaidades, isolamento, renúncia à transmissão pública do conhecimento. | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
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Muitos autores interpretam o seu significado como oposto e complementar ao do Arcano V (O Pontífice): o Eremita não é o codificador da liturgia, o responsável executivo de uma igreja, o pastor de um rebanho: seu pontificado é silencioso e sutil, seus discípulos são escolhidos. Na relação iniciática, é evidente que representa o “guru” e por isso foi definido como “o artesão secreto do futuro”. | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
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Alberto Cousté, O Tarô ou a máquina de imaginar. Rio, Ed. Labor, 1977. | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
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Paul Marteau, O Tarô de Marselha.São Paulo, Ed. Objetiva, 1991. | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
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X. A Roda da Fortuna (ou Roda do Destino) | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
O Arcano dos Ciclos de Ascensão e Queda | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
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Significados simbólicos | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
Os ciclos sucessivos na natureza e na vida humana. As fases da manifestação, o movimento de ascensão e de declínio. | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
A mobilidades da coisas, as Influências lunares e mercurianas. | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
Interpretações usuais na cartomancia | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
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História e iconografia | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
Uma das alegorias mais antigas e populares, a imagem que reproduz o Arcano X causa uma impressão estranha ao observador contemporâneo. Isto se deve ao fato de que nos últimos séculos a iconografia do tema tornou-se puramente verbal: qualquer um entende o conceito de “roda do destino”, mas dificilmente se faz dela uma representação visual. Desde a Antiguidade Clássica, contudo, até o Renascimento, foi justamente o contrário que aconteceu. Em vários textos romanos descreve-se o Destino como uma mulher cega, louca e insensível, que atravessa a multidão caminhando sobre uma pedra redonda (para simbolizar a sua instabilidade); a roda aparece com frequência nos sarcófagos, como evidente alusão ao caráter cíclico da vida. | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
Até o final do primeiro milênio não se encontram outros exemplos valiosos sobre o tema, mas depois de alguns séculos ele ressurge com total esplendor. É na sua plenitude iconográfica que o reencontramos a partir de meados do século XIII em rosetas de várias catedrais góticas (Amiens, Trento, Lausanne) e de numerosas igrejas: pequenas figuras, representando os momentos e estados da vida, que sobem e descem pelos raios de uma roda. | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
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Roda da Fortuna numa gravura de 1165 | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
Ilustração no livro Hortus Deliciarum (Jardim das Delícias) | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
Um exemplo muito antigo pode ser visto no Hortus deliciarum, de Herrade de Landsberg, abadessa do claustro de Santa Odília (Estrasburgo), morta em 1195. Nesta imagem completa, como em muitas posteriores, quatro personagens que aparecem representados como reis, são movidos pela roda que é manejada pelo Destino ou Fortuna em pessoa. | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
As legendas que acompanham os personagens não deixam dúvida sobre o significado da alegoria: Spes, regnabo (esperança, reinarei), diz o rei ascendente da esquerda; Gaudium, regno! (Alegria, reino!), exclama o que se encontra sobre a plataforma superior; Timor, regnavi… (Temor, reinava…) murmura o da direita, que desce de cabeça para baixo; enquanto que o quarto, que foi atirado da roda e jaz na terra, aceita a evidência da sua condição: Dolor, sum sine regno (Dor, estou sem reino). | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
É evidente que, numa leitura alegórica, os quatro personagens não passam de apenas um, submetido às variações do destino. | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
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René Guénon afirma que a roda é símbolo de origem céltica e assinala seu parentesco com as flores emblemáticas (rosa no Ocidente, lótus no Oriente), com as rosetas das catedrais góticas e, em geral, com as figuras mandálicas. No taoísmo aparece como metáfora do processo ascendente-descendente (evolução e involução, progresso espiritual e regressão). | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
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Alberto Cousté, O Tarô ou a máquina de imaginar. Rio, Ed. Labor, 1977. | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
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XI. A Força | |||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
O Arcano da Virtude e do predomínio da Qualidade | |||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
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Interpretações usuais na cartomancia | |||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
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História e iconografia | |||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
A Força, simbolizada pelo homem triunfante sobre os animais ou sobre a natureza, foi amplamente glorificada na literatura antiga e na arte medieval. No Antigo Testamento aparece a história de Sansão, e na mitologia greco-latina a saga dos trabalhos de Hércules.A batalha do herói com o leão de Nemeia foi usada provavelmente como alegoria da força desde a antiguidade mais remota: nas escavações realizadas nos arredores de Troia, encontrou-se um capacete do século VII a.C. com o desenho de um homem que abre com as mãos as mandíbulas de um leão. A Idade Média recorre com frequência a esta imagem, como símbolo da força moral e espiritual, usando como protagonista Sansão ou então o Rei Davi. | |||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
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Embora o Arcano XI seja uma ilustração perfeita desta lenda, não se encontra um só exemplo que a reproduza nos manuscritos medievais. Iconograficamente, a carta da Força seria assim uma das contribuições mais originais do Tarô. | |||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
Uma instrução curiosa, escrita na margem de uma página de La Somme du Roi, manuscrito do ano de 1295, orienta o pintor que iria ilustrar os textos. Embaixo do número 12, pode-se ler: “Aqui vai uma dama de pé que domina um leão. O nome da dama é Força”. Mas a miniatura nunca foi executada. | |||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
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Neste sentido é preciso interpretar a parábola esotérica do Arcano XI: o personagem não mata o leão, mas o doma; a sabedoria consiste em não desprezar o inferior, em não aniquilar o que é bestial, mas sim em utilizá-lo. Não é outro o resultado natural que se depreende da Grande Obra alquímica. | |||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
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Alberto Cousté, O Tarô ou a máquina de imaginar. Rio, Ed. Labor, 1977. | |||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
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Anônimo (Valentin Tomberg), Meditações sobre os 22 Arcanos Maiores do Tarô. São Paulo, Ed. Paulinas | |||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
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Paul Marteau, O Tarô de Marselha.São Paulo, Ed. Objetiva, 1991. | |||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
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XII. O Pendurado (O Enforcado) | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
O Arcano da Fé, da aspiração Espiritual | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
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Significados simbólicos | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
Abnegação. Aceitação do destino ou do sacrifício. Provas iniciáticas. Retificação do conhecimento. Gestação. Exemplo, ensino, lição pública. |
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Interpretações usuais na cartomancia | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
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História e iconografia | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
Em 1591 – tomando como testemunho a História Eclesiástica de Eusébio – Galônio descreveu as torturas sofridas pelos mártires dos primeiros séculos da cristandade. “As mulheres cristãs – escreve – eram frequentemente suspensas pelo pé durante todo um dia, e os algozes faziam de tal modo que suas partes mais íntimas ficavam a descoberto, de maneira a mostrar o maior desprezo possível à santa religião de Cristo”. | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
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Essa postura é adotada com frequência por divindades nuas assírio-babilônicas, nos cilindros de argila que reproduzem cenas de conjunto. | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
É possível imaginar que as deusas nesta posição significavam outra coisa: propunham uma leitura ritual que, agora, parece absurda ou incompreensível. | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
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Uma especulação interessante pode ser feita partir de seu número na ordem do Tarô, que o relaciona ao décimo-segundo signo do zodíacao, Peixes, ou ainda ao conjunto do simbolismo zodiacal e ao dodecadenário: os doze signos e os doze meses do ano, os doze apóstolos, as doze tribos de Israel… | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
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Alberto Cousté, O Tarô ou a máquina de imaginar. Rio, Ed. Labor, 1977. | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
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Anônimo (Valentin Tomberg), Meditações sobre os 22 Arcanos Maiores do Tarô. São Paulo, Ed. Paulinas | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
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Paul Marteau, O Tarô de Marselha.São Paulo, Ed. Objetiva, 1991. | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
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XIII. A Morte (ou Arcano sem Nome) | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
O Arcano das Transmutações e da Vida Eterna | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
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Significados simbólicos | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
Grandes transmutações e novos espaços de realização. | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
Dominação e força. Renascimento, criação e destruição. | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
Fatalidade irredutível. Fim necessário. | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
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Prazo fatal. Xeque-mate inevitável, mas não provocado pela vítima. Ânimo baixo, pessimismo, perda de coragem. Interrupção de um processo para começar de modo diametralmente oposto. |
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História e iconografia | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
E provável que a alegoria da morte representada como um esqueleto com a foice, seja original do Tarô; se isto for verdade, trata-se de uma das contribuições fundamentais feitas pelas cartas à iconografia contemporânea, considerando a ampla popularidade desta metáfora macabra. | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
Van Rijneberk divide o estudo deste arcano em três aspectos: o número treze, o esqueleto, a foice. Como emissário de uma premonição sombria, o treze tem seu antecedente cristão nos comensais da Última Ceia, de onde a tradição extraiu um conto bastante popular da Idade Média: quando treze pessoas se sentam à mesa, uma delas morrerá em breve. | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
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A arte dos primeiros séculos transmite a confiança na proximidade do Juízo Final (e a consequente ressurreição da carne), o que traduz a absoluta falta de medo frente a um estado transitório. | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
O esqueleto propriamente dito só aparece em todo o seu esplendor nas Danças da morte, disseminadas pelos cemitérios e claustros europeus, quase que simultaneamente, e com certeza não antes do séc. XV. | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
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O tema das composições desse período mostra-se idêntico em todos os lugares: o esqueleto se apodera (o matiz está apenas no grau de violência ou gentileza) de criaturas humanas de ambos os sexos, de qualquer idade e condição. | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
Outro elemento que as Danças da morte têm em comum é que todas são posteriores ao Tarô, de cuja popularidade puderam extrair o encanto de suas imagens. | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
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A morte guarda relações simbólicas com a terra, com os quatro elementos, e com a gama de cores que vai do negro ao verde, passando pelos matizes terrosos. Também é associada ao esterco, menos pelo que este possa ter de desagradável do que pelo processo de transmutação material que representa. | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
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Alberto Cousté, O Tarô ou a máquina de imaginar. Rio, Ed. Labor, 1977. | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
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Anônimo (Valentin Tomberg), Meditações sobre os 22 Arcanos Maiores do Tarô. São Paulo, Ed. Paulinas | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
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Paul Marteau, O Tarô de Marselha.São Paulo, Ed. Objetiva, 1991. | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
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Para fontes secundárias nesta compilação veja: Bibliografia | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
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XIV. A Temperança | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
O Arcano da Inspiração e da Alquimia | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
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Significados simbólicos | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
A elaboração cuidadosa das polaridades. A transmutação dos elementos e a alquimia. Renovação da vida, abertura às influências celestes, circulação, adaptação, flexibilidade. Serenidade. Harmonia. Equilíbrio. |
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Interpretações usuais na cartomancia | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
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Desafios e sombra: Desordem, discordâncias. Indiferença. Falta de personalidade, passividade. Inconstância, humor irregular, desequilíbrio. Tendência a se deixar levar pela corrente, submissão à moda e aos preconceitos. Resultados não conformes às aspirações. Derramamento, saída, fluxo involuntário. As coisas seguem o seu curso. | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
História e iconografia do arcano da Temperança | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
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Alberto Cousté, O Tarô ou a máquina de imaginar. Rio, Ed. Labor, 1977. | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
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Anônimo (Valentin Tomberg), Meditações sobre os 22 Arcanos Maiores do Tarô. São Paulo, Ed. Paulinas | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
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Paul Marteau, O Tarô de Marselha.São Paulo, Ed. Objetiva, 1991. | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
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XV. O Diabo | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
O Arcano da Contra-inspiração e da Sedução | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
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No nível em que os dois personagem menores se encontram, o chão é preto, mas na altura do pedestal torna-se azul (ou ou vermelho) com listras variadas. O fundo é incolor. | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
Significados simbólicos | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
As provas e provações. As tentações e seduções. Magias. Desordem. Paixão. Luxúria. Dependência. Intercâmbio, eloquência, mistério, força emocional. |
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Interpretações usuais na cartomancia | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
Paixões indomáveis. Atração sexual. Ação mágica, magnetismo. Capacidade milagreira. Poder oculto, exercício de influências misteriosas. | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
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Desafios e sombra: A ação parte de uma base má e seus efeitos podem ser calamitosos. Desordem, inversão de planos, coisas obstruídas. Do ponto de vista da saúde: ampliação do mal, complicações. Disfunção. Superexcitação, sensualidade. Ignorância, intriga. Emprego de meios ilícitos. Enfeitiçamento, fascinação repentina, escravidão e dependência dos sentidos. Debilidade, egoísmo. | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
História e iconografia | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
Durante a baixa Idade Média o Diabo era representado usualmente como um dragão ou serpente, imagem derivada, sem dúvida, de seu papel no Gênese. | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
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Para Ouspensky, o Diabo “completa o triângulo cujos outros dois lados são a morte e o tempo”, no sentido da formalidade do ilusório. | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
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O Livro de Jó e o curioso papel de Satanás | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
Nos estudos do arcano 15 costumo lembrar de um contraponto às abordagens usuais dessa figura ambígua. Gosto de citar a passagem inicial do Livro de Jó (Jó 1, 6-12): | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
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Costumo recorrer ao bom humor para traduzir um certo papel do personagem do arcano 15: ele é o inspetor de qualidade autorizado por Deus para colocar os homens à prova. E esse mesmo papel se repete quando Cristo se prepara para sua missão final nesta terra: o Diabo vem testar o próprio filho de Deus oferecendo tentações de poderes. Sem maiores problemas o Cristo passa pelas provas e o Diabo sai de cena. | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
Essa conotação de “inspetor de qualidade” pode nos ajudar, entre outros atributos, a refletir sobre estratégias de ação, quando o arcano 15 sai numa tiragem com a função de indicar o conselho ao consulente para enfrentar algum desafio ou para corrigir uma situação difícil. | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
Pensar simbolicamente exige muito mais do que classificar sumariamente as cartas como “boas” ou “ruins”. Esse alô vale também para buscamos compreensão mais ampla da carta 13, A Morte, e da 16, A Torre. | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
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Alberto Cousté, O Tarô ou a máquina de imaginar. Rio, Ed. Labor, 1977. | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
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Anônimo (Valentin Tomberg), Meditações sobre os 22 Arcanos Maiores do Tarô. São Paulo, Ed. Paulinas | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
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Paul Marteau, O Tarô de Marselha.São Paulo, Ed. Objetiva, 1991. | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
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XVI. A Torre ou Casa de Deus | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
O Arcano da Libertação e da Construção | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
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Destruição da rigidez e das cristalizações desnecessárias. Abertura. Conhecimento. Desmoronamento e queda. Quebra dos limites de segurança. |
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Interpretações usuais na cartomancia | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
Alterações, subversões, mudanças, debilidades. Libertação da alma aprisionada; quebras. Conhecimento súbito. Relances esclarecedores. Parto, crise saudável, transmutações. | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
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Se há alguma enfermidade, indica o restabelecimento após um período penoso. | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
Desafios e sombra: Cataclismo, confusão. Enfermidade. Falta castigada, catástrofe produzida por imprudência. Maternidade clandestina. Escândalo, hipocrisia desmascarada. Excesso, abuso. Presunção, orgulho. Empreendimentos utópicos. | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
História e iconografia | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
A imagem de um homem que se precipita no vazio, do alto de uma torre, é uma das alegorias mais remotas que se conhece para representar o orgulho. Custa pouco intuir que esta metáfora – e a aniquilação celeste que a acompanha – tem filiação direta ao destino da torre de Babel. | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
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Podemos constatar que este é o primeiro edifício que figura no Tarô e, de longe, o mais destacado. Neste sentido é preciso agregar à série analógica proposta as seguintes indicações: toda torre é emblemática do simbolismo ascensional e na Idade Média representou frequentemente a escala intermediária entre a Terra e o Céu. Por seu aspecto murado, cuidadosamente defendido, também estabelece analogias com a virgindade. | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
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Alberto Cousté, O Tarô ou a máquina de imaginar. Rio, Ed. Labor, 1977. | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
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Anônimo (Valentin Tomberg), Meditações sobre os 22 Arcanos Maiores do Tarô. São Paulo, Ed. Paulinas | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
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Paul Marteau, O Tarô de Marselha.São Paulo, Ed. Objetiva, 1991. | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
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XVII. A Estrela | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
O Arcano da Esperança, do Crescimento e da Geradora do futuro | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
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Significados simbólicos | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
Esperança, confiança. Idealismo. Imortalidade. Plenitude. Beleza. Natureza. O céu da alma. Influência moral da ideia sobre as formas. |
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Interpretações usuais na cartomancia | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
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História e iconografia | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
O número de estrelas representadas neste arcano varia, segundo o modelo do Tarô, de seis a oito. Astronomicamente, parece referir à constelação das Plêiades (uma estrela grande, rodeada de sete menores) ou ao setenário sideral com o Sol no centro. | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
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“No zodíaco egípcio de Denderáh o homem de Aquário dispõe de duas ânforas, troca que explica melhor a transmissão dupla das forças, em seus aspectos ativo e passivo, evolutivo e involutivo, duplicidade que aparece substantiva no grande símbolo de Gêmeos”. | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
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“O que fizeram depois – conclui o curioso pergaminho – é explicado de forma resumida nos Evangelhos.” | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
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Fulcanelli acrescenta ainda o duplo sentido simbólico da estrela, como concepção e nascimento, e faz uma bela descrição de um vitral da sacristia de Saint-Jean de Rouen, onde estão representados Benito e Felicitas, pais de São Romão; os esposos estão deitados na cama totalmente nus; sobre o ventre da mulher, que acaba talvez de conceber o santo, pode-se ver uma estrela. | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
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Alberto Cousté, O Tarô ou a máquina de imaginar. Rio, Ed. Labor, 1977. | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
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Anônimo (Valentin Tomberg), Meditações sobre os 22 Arcanos Maiores do Tarô. São Paulo, Ed. Paulinas | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
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Paul Marteau, O Tarô de Marselha.São Paulo, Ed. Objetiva, 1991. | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
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Para fontes secundárias nesta compilação veja: Bibliografia | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
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XVIII. A Lua | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
O Arcano da inteligência instintiva, dos ciclos vitais | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
Compilação de
Constantino K. Riemma |
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Os elementos da natureza, o mundo em sua aparência, a luz refletida, as imagens, as formas materiais, as expressões simbólicas e as analogias. Imaginação. Reflexão, reflexos e relances. Aparências. Ilusões. O momento de reavaliar a direção, de buscar inspiração no retorno à fonte. |
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Interpretações usuais na cartomancia | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
O mundo sensível, instintivo, vital. Experimentação, trabalho, penosa conquista da verdade. Instrução pela dor; trabalho cansativo, mas necessário. | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
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História e iconografia | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
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As gotas coloridas em forma de lágrimas que chovem da Lua (ou se dirigem para ela) estão desenhadas de ponta para baixo; no arcano seguinte (O Sol) aparecem com a ponta para cima, em particular no Tarô de Marselha. | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
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O que se mostra evidente é que o Arcano XVIII está mais relacionado que qualquer outro com o plano iniciático da via úmida (lunar). É por essa razão que Oswald Wirth relaciona a Lua à intuição e ao imaginativo, ainda que entre suas interpretações mais recorrentes em relação à Lua figure a sensualidade. | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
A aproximação do Arcano XVIII com o vasto simbolismo lunar seria interminável, desde a sua relação com o ciclo fisiológico feminino até o panteão das divindades noturnas, passando por suas implicações cósmicas, mágicas e astrológicas. | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
Parece mais prudente considerar que a Lua não se refere a tudo que nomeia, mas sim à situação específica que compõe com os outros elementos da carta. É bom cuidar para não limitar este arcano ao repertório específico da Astrologia. | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
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Alberto Cousté, O Tarô ou a máquina de imaginar. Rio, Ed. Labor, 1977. | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
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Anônimo (Valentin Tomberg), Meditações sobre os 22 Arcanos Maiores do Tarô. São Paulo, Ed. Paulinas | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
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Paul Marteau, O Tarô de Marselha.São Paulo, Ed. Objetiva, 1991. | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
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XVIIII ou XIX. O Sol | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
O Arcano da consciência, clareza e intuição | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
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Interpretações usuais na cartomancia | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
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História e iconografia | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
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Alberto Cousté, O Tarô ou a máquina de imaginar. Rio, Ed. Labor, 1977. | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
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XX. O Julgamento | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
O Arcano da Ressurreição | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
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Interpretações usuais na cartomancia | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
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História e iconografia do Juizo Final | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
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Alberto Cousté, O Tarô ou a máquina de imaginar. Rio, Ed. Labor, 1977. | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
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XXI. O Mundo | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
O Arcano da Alegria e da Celebração da Vida | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
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Nos ângulos inferiores se vê, à direita, um leão amarelo com auréola rosada, representado de frente; à esquerda, uma espécie de cavalo, o único dos quatro sem auréola. Este último animal, que é visto de três quartos, olha para a frente e para a esquerda. Tanto o leão como o cavalo parecem dotados de asas de composição semelhante às folhas da grinalda. | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
Significados simbólicos | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
Finalização, realização. Recompensa. Apoteose. Encontrar o próprio lugar no mundo. Centralizar-se. Alegria de viver. O sensível, a carne, a vida transitória. O equilíbrio inspirado. |
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Interpretações usuais na cartomancia | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
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História e iconografia | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
São Jerônimo, no século IV, parece ter sido o primeiro a associar os quatro evangelistasaos animais da visão de Ezequiel. Mil anos depois é freqüente encontrá-los em relevos e mosaicos, e aparecem com grande freqüência nas miniaturas dos manuscritos posteriores a esta data. | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
Em outras tradições são equivalentes a diversas alegorias derivadas do quaternário, entre as quais sobressai a que representa a rosa-dos-ventos. | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
Quanto à grinalda, seu processo iconográfico pode ser seguido com clareza. Na arte da Índia – de onde passou às culturas mediterrâneas – numerosas divindades eram tradicionalmente marcadas por essa orla oval, que se refere ao povo do mundo. | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
Mitra, o Sol radiante, foi representado durante a época helenística como um homem jovem e nu, dentro de uma grinalda na qual figuravam os signos do zodíaco. Num baixo-relevo encontrado em Módena, vê-se Cronos numa composição próxima à do arcano XXI, incluindo ainda as figuras dos cantos. | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
Este grafismo parece ter dado origem à difundida auréola que, a princípio, era amendoada (mandorla); só bem mais tarde adotou a forma redonda das estampas modernas. | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
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Tanto nos pórticos das catedrais góticas, quanto nos murais de estilo bizantino das antigas igrejas e nas iluminuras dos manuscritos religiosos, é a figura do Cristo que ocupa o centro da mandorla, também denominada “vesica pisces”. A mondorla preenchida por Nossa Senhora, figura feminina, torna-se mais comum após o Renascimento. |
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Milhares de santos foram figurados na Idade Média dotados de auréola, embora não seja arriscado supor que isto foi uma derivação estética proveniente das mais antigas imagens da Virgem Maria que tinham este atributo. | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
Van Rijneberk assegura que por trás do simbolismo de sacralização (auréola = aura de santidade) pode-se ler o significado que a associa à virgindade, já que desde tempo remoto esta era representada pela amêndoa, cujo fruto acreditava-se havia nascido por geração espontânea. | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
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Ouspensky entende que esta carta apresenta o resumo do cotidiano – que se oferece continuamente aos sentidos sem ser inteligível na sua totalidade, mas apenas fragmentariamente, já que “tudo o que se vê, as coisas os fenômenos, não são senão hieróglifos de idéias superiores”. | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
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Alberto Cousté, O Tarô ou a máquina de imaginar. Rio, Ed. Labor, 1977. | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
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Anônimo (Valentin Tomberg), Meditações sobre os 22 Arcanos Maiores do Tarô. São Paulo, Ed. Paulinas | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
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Paul Marteau, O Tarô de Marselha.São Paulo, Ed. Objetiva, 1991. | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
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Para fontes secundárias nesta compilação veja: Bibliografia | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
Contato:
Constantino K. Riemma – contato-ct@clubedotaro.com.br Outros trabalhos seus no Clube do Tarô: Autores |
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Arcanos Menores – Apresentação | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
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O conjunto de 56 cartas — modernamente denominadas “Arcanos Menores” — é constituído por quatro grupos de 14 cartas, cada um deles com a mesma seqüência de 10 cartas numeradas de 1 a 10 e mais quatro figuras: Valete (ou Pajem), Cavaleiro, Rainha (ou Dama) e Rei, também conhecidas como figuras da corte. | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
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O naipe de Ouros: as dez cartas de 1 a 10 e as quatro figuras.
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Cada grupo de 14 cartas possui um diferencial simbólico: bastão, moeda, espada e taça. Esses grupos são popularmente reconhecidos como naipes de paus, ouros, espadas e copas, os mesmos do baralho comum que utilizamos nos jogos e passatempos. | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
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Os naipes de Paus e Espadas representam forças impulsionadoras (fogo e ar), indicação reforçada pela mão que porta o símbolo na primeira carta de cada naipe. |
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Os naipes de Ouros e Copas representam forças maleáveis (terra e água).
O Ás de Copas lembra, no Tarô de Marselha, o cálice de guardar hóstias. |
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Os naipes, ou séries, têm inúmeras correspondências, por exemplo, aos quatro elementos da Astrologia e da Cabala: fogo (paus), terra (ouros), ar (espadas) e água (copas). Há quem veja, inclusive, analogia com as quatro classes sociais da Idade Média: clero (copas), nobreza (espadas), comerciantes (ouros) e camponeses (paus). | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
Os baralhos modernos | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
O baralho ocidental, impresso modernamente, mantém constante o número das séries ou naipes: são sempre quatro, seja no baralho espanhol ou francês, seja no alemão, italiano ou provençal. O baralho francês, produzido para jogos e passatempos, reduziu os naipes a apenas duas cores — vermelho e preto — mas o número de naipes permaneceu constante. | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
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As representações dos naipes de Paus e Ouros no Tarô e no baralho moderno.
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Os naipes de Espadas e Copas no Tarô e no baralho moderno para os jogos de lazer.
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Para efeito dos jogos de cartas — como passatempo (no lar ou nos clubes) e como jogos “de azar” (valendo dinheiro, nos cassinos) — não importa o significado simbólico das cartas, mas apenas o valor que se convenciona para cada tipo de jogo (pôquer, buraco, canastra, tranca, bridge, truco, rouba-montinho, etc, etc…). Cada jogo define livremente suas próprias regras. | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
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Baralhos modernos para jogos. As cartas de jogar foram redesenhadas
para facilitar a visualização do que se tem na mão. |
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Embora os Arcanos Menores tenham sido muito difundidos pelo mundo afora, como cartas de jogar, seus significados simbólicos são relativamente mais difíceis de serem traduzidos que os dos Arcanos Maiores. | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
Para os cartomantes e os estudiosos do Tarô, contudo, não há como fugir da questão dos significados. De fato, estamos frente a duas ordens de símbolos: os quatro naipes, ou quatro elementos, que se combinam com o significado numerológico do 1 ao 10. É possível portanto, para as 40 cartas numeradas, estabelecer uma base de compreensão a partir da associação dos quatro elementos com os símbolos numéricos. | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
As quatro figuras de cada naipe, no total de 16, parecem formar um sub-grupo à parte. Têm desenhos similares aos dos trunfos (“arcanos maiores”) e, ao mesmo tempo, reptem-se em quatro naipes, do mesmo modo que as cartas numeradas (“arcanos menores”). | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
Os Tarôs de hoje | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
Na prática, reina hoje uma grande profusão de versões e de reinvenções. Já a partir do séc. 19, alguns interessados no Tarô começam a substituir as representações abstratas das lâminas dos arcanos menores por ilustrações mais ou menos subjetivas, que traduziriam visualmente, de modo mais compreensível, o significado das cartas. Se esse recurso ajuda a fixar um sentido possível, levanta na grande maioria dos casos a questão de alterar drasticamente o leque simbólico da figuração clássica, sem contar o risco de acentuar, de modo unilteral, apenas um dos múltiplos significados da lâmina. | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
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O “Tarô Mitológico” e o “Tarô Egípcio” da editora Kier.
Tentativas para figurar os arcanos Menores com o mesmo padrão dos Maiores. |
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Um rumo possível | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
Esse quebra-cabeça de pontos de vista sobre os Arcanos Menores faz parte dos desafios que o estudo do Tarô nos propõe. | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
Para dar conta da grande variedade de enfoques, acreditamos que é importante, para começar, compreender a natureza dos quatro naipes do baralho a partir de uma base simbólica mais ampla que a do receituário popular. O segundo passo consiste no estudo dos simbolos numéricos de 1 a 10. Também neste caso, o resultado se torna mais consistente quando consegue transpor os significados corriqueiros da numerologia usual. Caso contrário, corremos o perigo de cair num esquematismo acanhado e contraditório, feito mais para ser decorado do que compreendido. | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
Quanto mais ampla for a compreensão do símbolo, mais rica e profunda será sua aplicação prática. | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
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Os quatro naipes – Compilação de Constantino K. Riemma | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
Do mesmo modo que os quatro elementos, os naipes podem ser vistos como representações das forças ou energias constitutivas do universo: são quatro atributos em pé de igualdade, tal como os quatro pilares do Trono de Deus; não se pode dizer que um seja menos importante que os demais. No entanto, os naipes, tal como os elementos, também podem ser entendidos como um referêncial simbólico para a ordenação evolutiva: degraus sucessivos no desenvolvimento do homem e do cosmo. | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
A origem da palavra naipe é incerta. Os registos mais antigos na Europa aparecem no catalãonaíp (1371), no italiano naìbo (1376) e no espanhol naipe (1400). Ao que tudo indica são termos derivados do árabe naibbe ou naib, que pode ser traduzido por “Vice-rei” ou “Representante” e que se refere às cartas do “Rei’ e do “Vice-Rei” no Baralho Mamlûk. | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
No baralho comum — hoje denominado “arcanos menores” por aqueles que utilizam as cartas com sentido simbólico ou de cartomancia — os naipes receberam diferentes designações nas linguas européias, como retrata o quadro abaixo: | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
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O quadro acima foi copiado de http://pt.wikipedia.org/wiki/Naipe | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
Para oferecer uma visão de conjunto dos significados simbólicos e cartomânticos atribuídos às cartas, apresentamos um resumo compilado a partir dos manuais mais conhecidos, indicados na bibliografia. | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
PAUS (bastão, vara, trevo) e o elemento FOGO | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
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Aspecto masculino de Paus: o Herói arquetípico (Aquiles, Hércules, Sansão). Lado luminoso: o Guerreiro como Protetor, o Homem de Negócios, o Político. |
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assumir riscos; dinâmica, prestimosa, divertida, bem-disposta. Lado sombrio: Mulher-macho, dogmática, dominadora, que gosta de rebaixar e influenciar demais, sádica. |
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OUROS (moeda, estrela, diamante) e o elemento TERRA | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
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inteligência prática, dedicação. • Socialmente representaria a burguesia, as finanças, o comércio e os bens patrimoniais. • Relaciona-se ao poder econômico. • Corresponde ao valete, entre as figuras do baralho. • São os gnomos, entre os espíritos elementares. |
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Aspecto masculino de Ouros: o Patriarca (Zeus, Odin, Moisés, Abraão). | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
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fecunda, que perdoa e oferece proteção. Lado sombrio: a Madrasta, devoradora, destruidora, má, possessiva, enganadora, ambiciosa. |
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