ESTÁTUA de MAITREYA
Quando se começou a falar da consagração da nova estátua a Maitreya no Tibete, o Teshu-Lama (que alguns preferem chamar de Traichi-Lama) rogou insistentemente ao grande Eremita Rimpot-ché que retardasse até então a sua desencarnação, afim de ser ele quem consagrasse o Templo e a Estátua.
O Eremita deferindo o pedido do Teshu-Lama, prometeu oficiar no dia da consagração.
Então, depois de terminados Templo e Estátua, fixou-se a data para a inauguração.
Chegado o dia, o Teshu-Lama enviou uma magnífica liteira e uma escolta a Kingbu-Rimpotché (que era este o nome do Eremita) para o conduzir a Traichu-Lumpo. Os homens da escolta viram o Eremita ocupar seu lugar na liteira, a qual eles fecharam e deram início à marcha.
Durante esse tempo, milhares de pessoas tinham-se dirigido para Traichu-Lumpo, a fim de presenciar a cerimônia. E qual não foi a sua admiração quando viram chegar Kingbu-Rimpotché só e a pé!
O Eremita atravessou o templo em silêncio, adiantou-se para a gigantesca estátua e ao tocá-la… nela fundiu-se gradualmente.
Um pouco mais tarde, os portadores da liteira, seguidos da escolta, chegaram e abriram a sua portinhola, porém dentro não havia ninguém!…
Desde então, não mais se ouviu falar no asceta!…
Não é difícil interpretar o mistério da estátua de Maitreya, embora outros não se lembrassem de o fazer antes.
O asceta – ou melhor o “Homem Perfeito” – funde-se na ESTÁTUA de Maitreya, porque se fez UM com ele, tal como há de acontecer à Humanidade inteira, logo redimida por seus próprios esforços. E como Maitreya seja o símbolo da Humana Redenção (segundo as tradições do Décimo e último Avatara de Vishnu, etc.) logo, é dever do homem fundir-se na sua própria Divindade, seu Eu, seu Cristo ou seu Deus. Segundo o próprio dito de São Paulo que “Todo homem pode falar ao Cristo em seu Homem interno”, que nós acrescentamos: seja judeu, muçulmano, budista ou cristão.
Quer a velha fábula por nós citada, quer a lenda transhimalaia da “estátua de Maitreya”, nos ensina que é dever nosso buscar em nosso ímo o Tesouro dos Deuses que outro não é, senão, o da Verdade Divina – para não dizer, o mais elevado grau de consciência que se pode alcançar na Terra: a posse do Eu-Consciência, o Eu-Crístico (Eucarístico, donde provém o termo eucaristia) e outros símbolos – todos eles exprimindo a mesma coisa, como sejam o da “descida do Espírito Santo”, da fusão na Mente Universal, na Unidade, da eclosão do “Loto das Mil Pétalas”, do despertar de Kundalini e até de Agni, o Fogo Divino. (editado de Prof. Henrique José de Souza)