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Dança Duende – Danza Duende e ‘El Duende’

Dança Duende - Danza Duende - 'El Duende'

Fonte: http://www.danzaduende.org/

flamenco duendeAlém do conceito ao qual associamos habitualmente a palavra dança, tudo o que se manifesta através das nossas percepções sensoriais, dança. Todos os fenómenos mudam, movem-se, são impermanentes, transitórios e independentes. A Dança exprime a própria essência da vida, o espaço e o movimento. Ao dançar, é possível descodificar as mensagens subtis que os fenómenos da nossa existência nos transmitem, sejam eles físicos, psíquicos, mentais, espirituais científicos ou filosóficos. Graças à Dança, podemos penetrar, descobrir e desenvolver a nossa intuição profunda. Graças à Dança é possível elevarmos todos os aspectos da nossa vida. DUENDE: dançar a sua própria vida No mundo do flamengo, mais precisamente no meio cigano, diz-se popularmente dum artista que invoca uma magia irresistível… “ el tio tiene Duende!” (este tipo tem o Duende!). A palavra Duende inspirou obras, poemas e canções. O seu sentido é indefinível porque ele representa uma experiência emocional indescritível que ultrapassa o nosso entendimento racional e manifesta-se de repente num acto artístico. Magnetiza o público e une os indivíduos que o compõem numa experiência em comum. A existência da palavra Duende é a prova da sua própria existência. É a partir do Duende na vida quotidiana que surgiu a Dança Duende

Manual 3

Índice

PORQUÊ ESTE MANUAL? ……………………………………………………………………………………………………..4

AS FONTES DE INSPIRAÇÃO DO PROJECTO………………………………………………………………………….6

VISÃO GLOBAL DO PROJECTO DUENDE……………………………………………………………………………….7

A INTREPIDEZ ……………………………………………………………………………………………………………………..8

A PROSPERIDADE ………………………………………………………………………………………………………………..9

A MISSÃO EDUCATIVA DA DANÇA DUENDE ……………………………………………………………………….10

A ORGANIZAÇÃO DO PROJECTO DUENDE…………………………………………………………………………..11

VALORES ESSENCIAIS DA DANÇA DUENDE ……………………………………………………………………….12

DANÇA DUENDE: AS CIÊNCIAS E A EVOLUÇÃO DA HUMANIDADE……………………………………..13

LA DERROTA DE LA IGNORANCIA……………………………………………………………………………………….18

A SABEDORIA ENTRE NÓS……………………………………………………………………………………………………19

O DUENDE NO QUOTIDIANO……………………………………………………………………………………………….21

LA INTERDEPENDENCIA……………………………………………………………………………………………………..21

LA GESTIÓN DE UNA CARRERA ARTÍSTICA ……………………………………………………………………….23

SENTIDO E IMPORTANCIA DEL ENTRENAMIENTO DE LA VIRTUD ……………………………………24

OBJETIVOS DEL PROYECTO DANZA DUENDE…………………………………………………………………….28

Objetivos del proyecto Danza Duende en 10 puntos…………………………………………………………………..29

TOCAR, CANTAR Y BAILAR………………………………………………………………………………………………….30

DANZA DUENDE : LA TÉCNICA – LOS PILARES DE LA FORMACIÓN DUENDE……………………..31

I / La libertad……………………………………………………………………………………………………………………….31

2/ El rigor ……………………………………………………………………………………………………………………………32

3/ La virtud…………………………………………………………………………………………………………………………..33

EJEMPLO DE LA CREACIÓN DE UN SOLO…………………………………………………………………………..35

LOS TRES PLANOS DE TRABAJO………………………………………………………………………………………….37

1/ La forma…………………………………………………………………………………………………………………………..37

2/ La energía………………………………………………………………………………………………………………………..37

3/ El espacio…………………………………………………………………………………………………………………………38

EL YIN Y EL YANG ……………………………………………………………………………………………………………..38

LAS CINCO ENERGIAS DE SABEDORIAS…………………………………………………………………………….38

Manual 4

PORQUÊ ESTE MANUAL?

duende flamencoEste manual dirige-se particularmente aos estudantes da Dança Duende, mas também a todos que desejam informarem-se sobre o tema. Este projeto, o seu conceito e o seu ensino são fruto da minha experiência de vida na busca de um sentido profundo da vida quotidiana através da prática da arte. As informações que o constituem foram-me transmitidas e têm origem nas várias disciplinas que irei mencionar ao longo da redação deste trabalho. Tudo o que sei – o simples fato de andar, falar ou ler – foi-me legado por seres que tiveram a generosidade de transmitir o seu saber. Desejo exprimir o meu reconhecimento a todos. Os meus pais, os mestres do passado e todos os que tive a sorte de encontrar pessoalmente. Agradeço também às pessoas que criaram dificuldades no meu caminho que desta forma me permitiram aprender a caminhar nesta terra celebrando a vida com as suas dificuldades, as suas mudanças e as suas alegrias. Este trabalho não pretende oferecer uma fonte de estudo exclusiva da Dança Duende, pois a transmissão directa pela experiência individual guiada é o ponto essencial do estudo do Duende. Além disso, a comunicação humana durante o estágio através de uma experiência comunitária intensa é um dos fatores importantes desta aprendizagem. A leitura e o estudo deste manual ajudarão o estudante a melhor integrar e gerir as numerosas informações que deverá assimilar durante o seu o percurso. Desejo que numerosas pessoas se juntem ao movimento Duende e que elas tragam os seus próprios conhecimentos levando o projeto para novos horizontes. A palavra “ Duende” poderá reunir diferentes ensinamentos sob uma denominação simples que designa uma corrente mundial importante para a saúde do nosso mundo. Os objetivos sociais para uma sociedade de paz têm de se reunir sem se confundirem, segundo uma coesão solidária. O impacto de atividades coordenadas e interdependentes é superior à de agrupamentos isolados. O Duende tem de ultrapassar a barreira do preconceito e dos medos, afim de contribuir para a introdução dos estudos sobre a consciência e para a aprendizagem da inteligência emocional nas instituições públicas. No momento da redação deste trabalho, a Dança Duende não pretende oferecer uma terapia psicológica nem uma via espiritual completa, embora certos métodos de ensino sejam diretamente inspirados em tradições espirituais. Os treinos Duende abrem o espírito dos estudantes para perspectivas profundas das suas percepções. Os exercícios podem tocar aspectos sutis da consciência que são habitualmente ignorados na rotina quotidiana. Se um aluno sente a necessidade de aprofundar uma via espiritual ou de seguir uma terapia psiquiátrica, ele tem que compreender que a Dança Duende oferece exclusivamente um campo de investigação para a prática da arte e da arte de viver e não é uma instituição que cuidará das suas dúvidas pessoais, No treino da Dança Duende aplicamo-nos a respeitar e a reunir tradições de origens diferentes insistindo na necessidade absoluta do rigor dos métodos oferecidos aos estudantes. (Manual 5)

É um projecto que se dirige em primeiro lugar aos profissionais – artistas e pedagogos particularmente – e depois a todos os que descobrem que a dança é o seu veículo de predilecção para descobrir, reconhecer e desenvolver o seu potencial humano. Nós encaramos a dança como um veículo para a abertura da consciência relativa a outras expressões artísticas tais como as artes plásticas, o teatro e a música por exemplo. O objectivo a longo prazo consiste em contribuir para a harmonia natural da relação intra e inter pessoal, consequentemente para a saúde global do nosso mundo através da nossa vida e das nossas obras. Dançar inclui sempre a necessidade de bem conhecer o seu corpo. A Dança Duende acrescenta a necessidade absoluta de reencontrar o seu próprio espírito – tudo o que esconde a intensa atividade mental – assim como treinar-se a sentir, a reconhecer e a respeitar os movimentos energéticos do universo através das nossas percepções. A natureza indissociável destes elementos torna-se evidente de acordo com a nossa evolução nesse sentido. O esforço no sentido de apurar e de sincronizar os diversos aspectos das nossas percepções sensoriais leva naturalmente a situações próximas de uma terapia. Os métodos propostos pela Dança Duende despertam no aprendiz uma certa inteligência científica e uma grande sensibilidade. A curiosidade, a compreensão assim como a intuição acordam naturalmente. Este ensinamento consiste, prioritariamente, na proposta de uma formação artística baseada nos princípios da generosidade livre da fixação egocêntrica e do despertar da sabedoria intuitiva. Esta visão implica inversão radical de perspectivas e de prioridades no âmbito da educação. Esta necessidade de mudança – perspectiva, visão e por consequência comportamento – torna o treino Duende um processo a longo prazo, apaixonante, muito árduo e frequentemente doloroso. Ao longo da formação atravessamos recantos da consciência, do inconsciente e da memória, que podem parecer ameaçadores e indesejáveis. No entanto é indispensável reconhecer o conteúdo da nossa experiência mental para trabalhar com ela. Seria pueril pensar que se pode iniciar um percurso desta envergadura sem encontrar dificuldades inerentes a qualquer investigação profunda. Conhecer-se e aceitar-se tal como se é para treinar a sincronização do corpo e da consciência, é a base da presença autêntica que abre a porta ao Duende. Uma atitude de respeito e de curiosidade sem preconceitos em relação aos valores tradicionais do mundo inteiro e às pesquisas científicas, constitui uma das qualidades essenciais para se tornar um estudante de Duende. A Dança Duende nasceu numa sociedade tecnológica complexa, em plena mundialização rápida. Este fenómeno leva a uma explosão cultural sem rumo o que se torna um dos motivos importantes para a criação do Duende. Tendo desenvolvido uma confiança sólida na validade da sua própria experiência, o artista Duende abre o seu espírito simultaneamente aos movimentos internos da sua intimidade e aos fenómenos externos da sociedade com frescura, cultivando o sentido de humor e de humildade. As qualidades que emergem naturalmente da sua experiência permitir-lhe-ão aprender rapidamente e adaptar-se melhor às mudanças e diversidades do nosso mundo.

(Manual 6)

A sua experiência artística consciente – graças à sincronização do corpo e do pensamento, ao controlo das emoções e à atenção das percepções – conduzi-lo-á progressivamente para um espaço aberto, silencioso, para além das opiniões, e das tomadas de posição onde as divergências deixam de criar um obstáculo entre os seres. Independente das nossas crenças, dos nossos valores culturais, da nossa língua ou das nossas origens, é no seio deste espaço virgem, intrínseco, que nos podemos encontrar e compreendermo-nos. É neste espaço natural de simplicidade, de difícil acesso devido à nossa cultura actual caracterizada por uma agitação mental assídua, que emerge a fonte da criatividade. Este espaço inalcançável e omnipresente não pertence a ninguém. É a covinha onde as inúmeras informações acumuladas pela humanidade se podem transformar. Instituir novas perspectivas de uma sociedade baseada na união da inteligência emocional e do conhecimento nos indivíduos é concebível sobre estas bases da consciência não territorial e sobre uma visão de interdependência dos fenómenos. A Dança Duende propõe utilizar a dança para o descobrir por si próprio. A educação é o instrumento principal para instituir este projecto. A Dança Duende propõe-se investir nele desde já com todos os meios que estão à nossa disposição. A Dança Duende não representa qualquer tradição filosófica, religiosa ou espiritual em particular. O acento é posto na liberdade, no rigor e na virtude. A virtude designa as qualidades curativas de um ser vivo, de uma planta ou de um ser humano. O ensino Duende emerge da experiência autêntica do professor e os participantes devem respeitar as opiniões de cada um sem agressão, sejam quais forem as origens culturais ou intelectuais que encontraremos

AS FONTES DE INSPIRAÇÃO DO PROJETO

No entanto, a autenticidade do ser humano e a abertura do seu coração está no centro de numerosas tradições filosóficas, psicológicas e religiosas. Durante milénios, o ser humano cumulou conhecimentos que nos ajudaram a encontrar o nosso caminho na nossa época desde que saibamos reencontrar as suas fontes na nossa própria experiência pessoal e adaptar estas formas na nossa vida quotidiana de uma forma inteligente. Chogyam Trungpa Rinpotché, fundador do projecto Shambala et criador do conceito Dharma Arte, foi uma referência crucial para mim ao longo da minha pesquisa. A leitura de um dos seus livros em 1977 está na origem de uma tomada de consciência na minha vida pessoal que se tornou finalmente no projecto Dança Duende. Várias técnicas e formas da Dança Duende inspiram-se ou são directamente tiradas dos ensinamentos de Chogyam Trungpa. Outros exercícios são originários das tradições budistas, Taoistas, Sufis, do ballet clássico, das danças tradicionais e das artes marciais. Par além disso, numerosos exercícios foram criados para a minha pesquisa pessoal ao longo de numerosos retiros solitários, para as minhas criações em cena ou, espontaneamente, no decorrer de estágios intensivos. Os 10 anos de formação intensivos em Dança Clássica e em Dança de Caractere com Irina Grjebina foram uma fonte essencial da Dança Duende porque D. Irina era uma das artistas (Manual 7) mais duende que jamais encontrei na minha vida… Shokry Mohamed, para a Dança Oriental, foi o exemplo vivo do puro duende egípcio. France Detry e Alain Baudet ensinam o Chi Kung com este espírito de dom integral, de rigor e de simplicidade, o que os tornam indestrutíveis no meu espírito. Sr. Caius marcou profundamente a minha vida e o meu trabalho estimulando-me a buscar mais além e incarnando o duende subtil e profundo em vários “mundos” ao mesmo tempo. Lama Kunzang salvou-me de mim própria e encheu a minha vida de audácia, de coragem, de poesia e de perseverança. Ensinou-me, de forma intrépida e sem dó, que não sou o centro do mundo apesar de um narcisismo exacerbado por anos de treino frente ao espelho e por elogios recorrentes que me fizeram acreditar tal coisa. Estou-lhe eternamente reconhecida por ele me ter dado tudo para me ajudar a domar o meu espírito selvagem e torna-lo um aliado. A incrível generosidade destes mestres está na origem do projecto de Dança Duende no qual eu vou reunir e concentrar a essência de tudo o que me ajuda a dançar a minha vida

VISÃO GLOBAL DO PROJETO DUENDE

O projeto Duende Global é um projeto a longo prazo cuja missão resume-se na criação de uma Escola Universal dedicada às artes em geral encaradas enquanto modo de vida segundo os critérios conjugados da liberdade, do rigor e da virtude. A Dança Duende é o ensino pedagógico no seio desta missão. Esta escola reúne todos os meios válidos afim de favorecer o alcanço do seu objetivo sem discriminação cultural ou religiosa ou política ou individual. O objetivo é o desabrochar máximo das qualidades humanas, além do materialismo intelectual para contribuir ao estabelecimento de uma sociedade digna do extraordinário potencial latente da existência humana. O estabelecimento dos métodos de educação que permitem elevar a humanidade a uma condição digna das suas reais capacidades de evolução criará circunstâncias favoráveis a uma mudança de perspectivas ainda inconcebíveis dentro da nossa concepção actual da vida. A divulgação da Dança Duende contribuirá para esta mudança. Ela contribuirá para uma apreciação geral do precioso potencial do corpo humano do qual perdemos o sentido do seu valor por distracção. A Dança é um excelente veículo para reunir os diversos aspectos dos conhecimentos do passado às descobertas contemporâneas sob uma forma universal que ultrapassa os limites conflituais da conceitualização intelectual. Quem pratique a Dança Duende experimente a sua vida quotidiana e cada atividade que ele desempenha é uma expressão da sua Arte. Muitos outros projectos desenvolveram-se com intenções similares. A Dança Duende cultiva a aspiração de reunir estas diversas escolas sob o nome de um contentor global intitulado o “Projecto Duende”. O principal objectivo é a introdução de uma visão cultural de bondade e de sabedoria, reconhecido pelo público, adaptado a uma realidade da nossa época e indispensável para a saúde da nossa civilização. (Manual 8) Individualmente, os artistas “Duende” sempre existiram. O desafio aqui consiste em propor a instituição de uma escola profissional vocacionada a ensinar a arte na sua dimensão sagrada universal (não-sectária) e de juntar o conhecimento da cultura humana com a atenção consciente dentro do quotidiano pessoal como principal corpo de prática. Em vez de se “sacrificar” para sua arte, “ser” a sua arte. Em vez de produzir obras, tornar a sua vida uma obra. Em vez de separar as origens de conhecimento, juntá-las, reuni-las sem confundi-las. Em vez de aspirar a uma glória ou a uma segurança, abrir-se para o mundo sem esperança e sem medo, encontrar a recompensa no estado de espírito que esta atitude produz e não no resultado posterior. Este estado de consciência fluido é a fonte do Duende.

A INTREPIDEZ

A impermanência impregna todos os aspectos da nossa vida, mas havemos aprendido a ilusão da solidez das condições da nossa existência. No entanto, sabemos que, a qualquer momento, as coisas podem mudar: a nossa riqueza, nossa saúde, nosso conforto, nossos próximos, nossa paixão, nada está libré da mudança. A vida dança e esta dança assusta-nos ao ponto de termos criado um sistema de sociedade baseado na mentira da segurança. A manutenção desta fraude leva-nos a todas as corrupções possíveis e alimenta um discreto sentimento de pânico, latente, nos bastidores da nossa consciência. Sabemos que a natureza da nossa existência é efémera mas perpetuamos um esquema de pensamentos que mantêm a ilusão do contrário. Esta esquizofrenia social mergulha-nos cada vez mais profundamente na ignorância da nossa verdadeira natureza. Ela veda-nos os olhos em relação à interdependência flagrante entre todos os seres vivos, em relação ás consequências inelutáveis das leis naturais de causa/efeito, e em relação à omnipresença infinitamente rica do espaço na qual esta dança se desenvolve. Ela afasta-nos da nossa própria evolução. Isto poderia explicar as censuras e os preconceitos que a dança, enquanto arte sagrada (contrariamente a todos as outras disciplinas) sofreu no mundo desde a modernização e das tiranias dos poderes religiosos censuráveis. Em vez de continuar a manter de uma forma obstinada uma cultura que recusa a realidade da impermanência como essência da nossa existência, mobilizamos nos esforços para reconhecer os movimentos naturais que condicionam a humanidade desde sempre. É a única maneira de permitir a uma ciência interna em via de desaparecimento, a Sabedoria, de germinar de novo entre nós. O corpo humano com as suas percepções é o ponto de partida da nossa experiência. Dançar Ajuda-nos a contactar com a sua inteligência intrínseca e a estabelecer uma relação consciente com o espaço assim como comunicar com os outros. Dançar desperta naturalmente um sopro de felicidade e um sentido de liberdade que nos pode incitar a abrir nos para o mundo. (Manual 9)

Esta consciência do movimento pode tornar-se a principal fonte misteriosa de motivação para desenvolver as nossas qualidades individuais e para aprender a viver de acordo com a inteligência da harmonia. Só um desenvolvimento profundo do nosso potencial intrínseco como seres humanos pode-nos ajudar a transcender o nosso medo da insegurança. Este terror é a principal fonte dos conflitos, da especulação desenfreada e da arrogância

A PROSPERIDADE

Em vez de basear a nossa existência social no medo, na agressão, no desejo, na avidez e na ignorância (que produz pobreza material, desequilíbrio psicológicos e conflitos emocionais, sofrimento), favorecer as condições sociais para combater eficazmente a corrupção desde o interior, i. e. começando por si mesmo. Este é o conceito da riqueza humana intrínseca – oriunda da cultura e simultaneamente do conhecimento, da ética e da bondade – criador de uma prosperidade social vinda da qualidade dos indivíduos que a compõem. Nuestros esfuerzos constantes en ese sentido son indispensables. A maior parte das vezes, os artistas adoram brilhar e estão obcecados com o olhar dos outros e a opinião deles. Este processo é muitas vezes inconsciente e a sua expressão está sujeita ao “feed back” do público. O medo da insegurança material condiciona esta comunicação entre o artista e o público. O espaço aberto assim como o conceito da ausência do ego ou abertura do território é assustador. São perspectivas aterradoras! No entanto, a riqueza de uma tal abertura é inesgotável em benefício de todos. O conceito de crescimento pode aplicar-se ao capital intrínseco da humanidade (seu espírito, este incógnito, a energia do corpo e a gestão das emoções) e investir a longo prazo na qualidade de vida na terra é uma visão profunda da riqueza e da sua fonte que é o conhecimento. Se o conceito de “Proveito”, de “lucro”em si se transforma no valor da nossa evolução social graças à nossa consciência, à nossa bondade e à nossa inteligência, a perspectiva da natureza do “progresso” muda radicalmente. Esta visão pode parecer utópica ou simplista, mas trata-se de uma simples evidência. Se o ser humano evoluir no sentido integral do termo, em conhecimento e em solidariedade, a sociedade tornar-se-á mais próspera. Se o ser humano se degradar, destruir-se-á. A função da educação nacional e privada parece essencial pois a transmissão familiar está em declínio. A gestão das prioridades no seio de algumas organizações está a transformar-se subtilmente. O lucro financeiro não é mais o principal motor das actividades mas sim a consequência natural de uma gestão baseada na “riqueza” humana: o conhecimento, a motivação e a solidariedade (bondade fundamental). Embora estas empresas sejam minoritárias, elas existem e prosperam. São elas que irão reconhecer na Dança Duende um projecto digno de representar e divulgar através de outros sectores da sociedade os seus esforços humanitários.

(Manual 10)

A MISSÃO EDUCATIVA DA DANÇA DUENDE

É importante empreender desde já a construção do projeto Dança Duende apesar das dificuldades. É certo que muitos jovens artistas e jovens estudantes encontrarão nele fontes frescas de inspiração – Ousar dar um sentido profundo a sua obra. – Favorecer a cumplicidade e a solidariedade entre os artistas, fornecendo-lhes meios hábeis para realizar as suas visões, em contra corrente ao sistema se tal for necessário. Criar novos sistemas de distribuição e de divulgação artísticos sem fins lucrativos. – Harmonizar as nossas percepções das culturas da humanidade do passado, do futuro e do presente, com respeito mas, sobretudo, com uma abertura de espírito livre de limitações conceptuais. – A capacidade de funcionar naturalmente as diversas influencias ou técnicas de aprendizagem ou técnicas de aprendizagem do mundo inteiro sem as misturar sistematicamente e sem cair na armadilha do patchwork superficial. – Compreender, curar e ultrapassar as feridas inerentes ao desenraizamento, à mestiçagem e ao “nomadismo” contemporâneo. – A capacidade de “dançar” cada pormenor, cada respiração, como se fosse a primeira vez: o movimento antes de o inscrever no repertório, de fazer de conta ou de se aplicar em reproduzir uma expressão estereotipada: preservar a frescura. – A aprendizagem de métodos para abrir o nosso espírito descobrindo a nossa própria realidade. – A descoberta precoce da nossa capacidade em trabalhar positivamente com o nosso próprio espírito, depois descobrir a ligação entre o nosso espírito e a realidade do nosso mundo. – O estudo precoce da nossa capacidade em juntar naturalmente nossa experiência interior à nossa atividade social. – Aumentar nossas faculdades de comunicação e estabelecer um contato lúcido com a experiência dos outros. – A aprendizagem precoce da gestão do nosso potencial energético e da nossa inteligência emocional. Um tal treino desenvolve no aluno uma atenção e uma flexibilidade que permitir-lhe-ão captar rapidamente diversas linguagens artísticas. – Uma disciplina que permite aos artistas de interpretar as diversas “mensagens” das percepções afim de gerir as suas vidas com dignidade sem consumir a sua vida ou a vida dos seus próximos no ardor das suas emoções criativas. – Desenvolver a capacidade de improvisação criando uma linguagem bem precisa ou então, pelo contrário, libertando das suas tendências habituais.

(Manual 11)

Manifestar um gesto autêntico cuja natureza é universalmente sagrada pela sua verdade intrínseca: a sincronização entre espírito e corpo, a ligação entre céu e terra, o ultrapassar indizível da dualidade. O Duende. – O trabalho consciente sobre a corrupção afim de gerir a sua carreira sem se degradar e sem perder o “duende” da sua vida. – Uma missão social que consiste em manifestar a sua própria dimensão sagrada neste mundo e partilhá-la simplesmente O projecto Duende existe com a intenção de pacificar a sociedade, de a fazer prosperar e de a mudar. O germe da pacificação, do crescimento e da evolução da nossa sociedade surge no nosso pensamento. A partir da fabulosa capacidade criativa do nosso cérebro, tudo é possível, o melhor como o pior. De uma sociedade composta de indivíduos frustrados, ignorantes e perturbados nascem a destruição e o sofrimento. De uma humanidade formada por indivíduos cujo potencial intrínseco é respeitado e cultivado surgem uma sociedade saudável e uma maior gestão dos recursos para todos. A arte é o veículo do nosso pensamento, individual e colectivo. A arte exprime nossas realidades profundas e cria novas realidades. As mensagens subtis que a Arte veicula sem fronteira têm uma influência importante sobre o nosso pensamento. A Dança permite manter uma ligação directa, concreta e visceral entre as nossas actividades correntes, a energia e o nosso espírito.

A ORGANIZAÇÃO DO PROJETO DUENDE

O projeto Duende não deverá se transformar numa grande organização estruturada como uma empresa comercial. O Duende deve operar como rede natural e flexível, um movimento com espírito social, cujas células se reúnem e se dissolvem constantemente para renascerem. Estas células trazem o espírito livre do Duende e “semeiam” ativamente a sociedade no seu interior, cada um no seu setor, afim de contribuir a mudar naturalmente, sem conflitos, as perspectivas de vida no sentido positivo (reduzir o sofrimento, reduzir os abusos, ultrapassar os medos, moderar a especulação). O Duende deve criar as vias de comunicação e de solidariedade entre todos os elementos que podem contribuir para os seus objetivos. Esta intenção é levada pela vontade e a habilidade de cada pessoa ou grupo de colegas, na sua área, em produzir eventos favoráveis à promoção da atitude Duende. Assim, o Duende poderá criar pontes e reatar as disciplinas entre elas sem procurar delimitar um novo território. O projeto Duende deve suportar as formas existentes, criando novas formas sem limitar-se em tornar-se mais um método. O Duende é inalcansável por natureza, assim como é o espaço. Se ele se tornasse um instrumento de poder, tornar-se-ia impostura. Neste sentido, ele assemelha-se mais uma lenda do que à história, a uma resistência clandestina do que a um partido político, a um poema do que a um discurso. (Manual 12)

A publicação dos nomes dos formadores e dos estudantes no website: www.danzaduende.org assim como a divulgação das produções pela duendenet, permite distinguir eventos produzidos pelo projecto Duende dos que usurpariam a denominação PROJETO DANZA DUENDE em benefício próprio

VALORES ESSENCIAIS DA DANÇA DUENDE

O artista Duende sincroniza o espírito e o corpo. Ele celebra generosamente a vida através das alegrias e das dificuldades. A sua arte não fez dele um escravo mas espaçoso, nobre e livre. É a vista do céu (nobolis) aberto da bondade fundamental que lhe abre o coração. A consciência da sua nobreza não o transforma num tirano mistificador: pelo contrário ela trá- lo de volta à terra mãe, a base, a humildade (húmus). Ligação viva entre o céu e a terra, o artista Duende coabita com o permanente paradoxo da sua vida. A sua coluna vertebral ergue-se suavemente entre o céu e a terra, deixando correr a energia de baixo para cima, de cima para baixo, dos olhos para o coração, do coração para os outros. Sem agressão para com o seu próprio espírito nem para com o seu próprio mundo, ele luta com doçura para realizar a sua intenção. É paciente com as suas próprias fraquezas que, ao vivência-las, o ensinam a crescer. Ao crescer, esta amabilidade atinge o alcance do seu horizonte. Ele descobriu que a sua atitude, em toda a amplitude do seu brilho, condiciona, fabrica e transforma (ou não) o seu campo de acção. Esta atitude é o seu treino, a sua alegria, a sua dança. O bailarino Duende oferece-se o luxo de evoluir e o seu objectivo não é apenas para o seu próprio bem, mas para o bem do mundo. Descobriu que o seu comportamento em relação a tudo que o rodeia, encontra um espelho na sua atitude com ele próprio. Cada pessoa que ele encontra, leva para sempre uma parte dele, e vice versa. Esta certeza acende uma chama no seu coração: a sua vida não é somente abanada pelas constantes contingências materiais. Ele sabe que é intrinsecamente rico em qualidades e que o mundo necessita destas qualidades. Aconteça o que acontecer, ele cultiva e partilha cada dia esta experiência, dando o exemplo. Toda a sua arte está impregnada desta aspiração. A Dança Duende é feita para isto. Esta interdependência constante levou-o a reconhecer que a sua arte brilha a partir do seu inteiro ser. Da mesma forma, todo o seu ser evolui graças à sua arte nesta perspectiva. E o todo assenta nas suas percepções, na sua consciência e na gestão das informações complexas que o mundo não pára de lhe oferecer. Assim, o bailarino Duende trabalha tanto o seu corpo como o seu espírito donde surge e onde mergulhará qualquer movimento. A atitude poética no quotidiano ultrapassa a perspectiva estreita que poderia condicionar as nossas rotinas para abrir a evidência da nossa dimensão sagrada. Podemos criar, na nossa vida quotidiana, espaços de disponibilidade para experimentar esta secreta simplicidade ao nosso alcance que raramente desfrutamos com alegria.

(Manual 13)

Esta transformação depende inteiramente da nossa consciência que interpreta e comenta constantemente os fenómenos da nossa vida através das nossas percepções e os condiciona segundo um esquema predeterminado (tendências habituais), pelas nossas memórias no fluxo abundantes dos nossos pensamentos discursivos. A “reacção” que as nossas emoções e os nossos sentimentos desencadeiam pelo caminho traçado das nossas tendências habituais é a fonte de acções que criarão, por sua vez, novas situações. Estes esquemas reflectirão, naturalmente, a soma de todas as interpretações. O poder destes mecanismos leva-nos a confundi-los com a nossa “identidade” embora sejam totalmente subjectivos. Podemos transformá-los se trabalharmos neles. O círculo roda e repete-se segundo a natureza da nossa experiência. Podemos convencernos que as criações do nosso espírito são bem reais, pois elas manifestam-se de forma ameaçadora, dolorosa ou, pelo contrário, na forma de eventos e objectos desejáveis. Indubitavelmente, esta realidade instala-se a cada instante enquanto mantemo-lo em níveis muito subtis e inconscientes do nosso sistema cognitivo sem nos darmos conta. Os exercícios da Dança Duende tornam estes processos evidentes e maleáveis. Basta um ligeiro ajustamento na nossa forma de responder aos eventos que nos afectam para constatar uma mudança em toda a conjuntura da nossa existência e, claro, na qualidade da nossa expressividade. Os treinos permitem-nos descobrir as qualidades latentes do nosso espírito: liberdade, abertura, audácia, potência, capacidade de adaptação, graça, elegância, precisão, imaginação, doçura, presença. Este “ajusto” do nosso comportamento é fácil iniciar mas muito difícil manter. A intenção da transformação interior consiste na essência do conteúdo de todas as religiões do mundo. Numerosos aspectos éticos da política (dos quais a declaração universal dos direitos do homem é a manifestação principal) tentam encorajar este esforço e, claro, é o tema central da psicologia e da filosofia.

DANÇA DUENDE: AS CIÊNCIAS E A EVOLUÇÃO DA HUMANIDADE

Ao longo do último século certas pesquisas foram levadas a cabo sobre estas questões, e depois dos resultados dessas investigações terem sido reconhecidos por grande parte da comunidade científica, a sua abundante divulgação é hoje acessível. As interacções entre o corpo, os centros cognitivos e o que nós chamamos misteriosamente o espírito, não separam mais o ser humano em peças destacáveis e estanques. As relações entre a natureza agitada ou tranquila da consciência e os estados fisiológicos correspondentes, inspiram sérias investigações nas melhores universidades. A relação entre o nosso espírito e o espaço está também em estudo. A Dança Duende permite conectar a nossa existência com uma dimensão mais profunda do mundo que se abre através da experiência da atenção e da intuição. A percepção do espaço, a consciência aguda das percepções sensitivas, a experiência do movimento, do ritmo, das formas, da harmonia e das vibrações, o trabalho em grupo, a calma e a criatividade, (Manual 14) permitem despertar e atiçar a nossa curiosidade científica. Algumas novas teorias científicas, descrevem exactamente a nossa experiência num ato artístico. Há vários anos os Dr. António R. e Hannah Damásio estudam as interacções entre a gestão das emoções e a saúde física ou metal; a eficácia do coeficiente intelectual na dependência de uma boa gestão dos sentimentos

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ANTONIO DAMASIO: Honors and Awards The Arnold Pfeffer Prize, 2002 Reenpaa Prize in Neuroscience, Finland, 2000 Prix Plasticité Neuronale, Ipsen Foundation, 1997 Elected to American Academy of Arts and Sciences, 1997 Elected to Neurosciences Research Program, 1997 Elected to the National Academy of Sciences’ Institute of Medicine, 1995. Golden Brain Award, 1995. Order of Santiago da Espada (Grand Oficial), 1995. Elected to the European Academy of Arts and Sciences, 1993. Pessoa Prize, 1992. Elected to the Royal Academy of Medicine of Belgium, 1991. William Beaumont Prize from the American Medical Association, 1990. Professional Activities/Editorial Boards Planning Subcommittee, National Advisory Neurological Disorders and Stroke Council (1994- 1998) Board Editor, Learning and Memory (Cold Spring Harbor Laboratory); Journal of Neuroscience; Transactions of the Royal Society; Consciousness and Cognition; Neuroscience News; The Neuroscientist; Learning and Memory; Human Brain Mapping; European Neurology; Cognitive Brain Research; Cerebral Cortex; Brain and Cognition; Brain and Behavioral Sciences Research Interests: The neurobiology of the mind, specifically, the understanding of the neural systems which subserve memory, language, emotion, and decision-making.

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Mihaly Csikszentmihalyi publicou várias obras sobre estas definições do estado de “flot”, ou de experiência óptima e do seu antagonismo, de entropia física.

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MIHALY CSIKSZENTMIHALYI “Flow Theory” The Thinker of the Year Award has been awarded to Mihaly Csikszentmihalyi, a professor and former chairman of the Department of Psychology at the University of Chicago who has devoted his life’s work to the study of what makes people truly happy, satisfied and fulfilled. Mr. Csikszentmihalyi is chiefly renowned as the architect of the notion of flow in creativity; people enter a flow state when they are fully absorbed in activity during which they lose their sense of time and have feelings of great satisfaction. Mr. Csikszentmihalyi describes flow as “being completely involved in an activity for its own sake. The ego falls away. Time flies. Every action, movement, and thought follows inevitably from the previous one, like playing jazz. Your whole being is involved, and you’re using your skills to the utmost.” _________________________________________________________________________

(Manual 15)

O Dalai Lama participou assiduamente em encontros entre pessoas que meditam e homens científicos no sentido se promover e contribuir para novas pesquisas sobre o espírito e o universo. O famoso monge budista francês Matthieu Ricard, ele próprio representante da comunidade científica e praticando assiduamente a meditação, dá conferências em todo o mundo sobre esses temas e publicou obras de referência relativas à filosofia, ciência e espiritualidade _________________________________________________________________________ MATTHIEU RICARD

monge budista desde há mais de trinta anos, filho do filósofo Jean-François Revel e verdadeiro embaixador da cultura tibetana em França, Matthieu Ricard estava de passagem em Paris para traduzir Dailai Lama e apresentar o seu último livro Plaidoyer pour le bonheur. A oportunidade de evocar o seu olhar sobre o mundo, suas convicções e acções. Encontro com um homem rico de dupla cultura, sendo ao mesmo tempo discreto e sábio… Zen, em suma _________________________________________________________________________

Daniel Goleman apaixonou milhões de leitores com o novo conceito de inteligência emocional.

DANIEL GOLEMAN “Nas observações que ele fez na conclusão de uma reunião de uma alta direcção ocorrida em 1999 sobre o tema dos Desafios em leadership, o antigo comissário do serviço correccional, Ole Ingstrup, observou que o domínio da inteligência emocional era «algo que temos que explorar mais a fundo». Depois o conceito da inteligência emocional cresceu nos meios universitários e aplicados. Programas destinados a melhorar a inteligência emocional dos dirigentes foram concebidos e postos em prática, enquanto aulas visando aperfeiçoar a inteligência emocional começaram a serem propostos nas universidades em todos os Estados Unidos.” O bestseller de Daniel Goleman’s “A Inteligência Emocional” mudou para sempre o nosso conceito de “ser inteligente” mostrando quanto a inteligência emocional (I.E.) – como nos comportamos e gerimos as nossas relações – pode determinar uma vida de sucesso mais do que o IQ. Pois, trabalhando com a Inteligência Emocional revela quanto uma carreira de sucesso brilhante depende também da IE. Agora, a equipe de Daniel Goleman com os conhecidos investigadores Richard Boyatzis e Annie Mckee têm estudado o papel da inteligência emocional na liderança. Desvendando ligações neurocientificas entre sucesso ou fracasso organizacional e o “melhor líder”, os autores afiram que o estado emocional do líder é contagioso. Se o líder transparece energia e entusiasmo, uma organização vence; se o líder espalha negatividade e dissonância , ela afunda-se. Este novo conceito leva os liders a gerir as suas emoções na boa direcção no sentido de ter um impacto positivo nos ganhos e na estratégia” _________________________________________________________________________

Elisabeth Kubler-Ross tirou da gaveta “tabu” o tema real da nossa experiência da morte e da agonia. _________________________________________________________________________

(Manual 16)

ELISABETH KUBLER-ROSS “Um autêntico cidadão internacional, Dr. Kubler-Ross têm as nacionalidades americanas e suíças. Depois de se formar como médico na Universidade da Suíça em 1957, continuou os seus estudos em Nova Iorque, especializando-se em psiquiatria na Universidade do Colorado em 1963.” . Após anos de estudos e de pesquisa, a publicação do seu primeiro livro “On Death and Dying” em 1969 imediatamente aumentou o nível de consciência do mundo. Dr. Kubler-Ross publicou nove livros sobre como lidar com o fenómeno natural da morte.

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Rupert Sheldrake desenvolveu a teoria dos Campos Mórficos uma teoria sobre a origem das fontes, o seu nascimento, a sua manutenção e transformação através do tempo.

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RUPERT SHELDRAKE “Rupert Sheldrake é biólogo e autor de mais de 75 artigos e livros. Um pesquisador oficial da Sociedade Royal, ele estudo Ciências naturais na Universidade de Cambridge, onde foi aluno do”Clare College”,onde recebeu um duplo quadro de honra e foi o prémio da Universidade Botânica. Depois estudou filosofia na Universidade de Haevard, onde foi a “Frank Knox Fellow”, antes de voltar à Universidade de Cambridge onde levou a cabo investigações sobre o desenvolvimento das plantas e a avaliação da idade das células. No “Clare College” foi também o Director em bioquímica e em biologia celular.” O campo mórfico da actividade mental não está confinado exclusivamente ao interior das nossas cabeças. Ele estende-se muito mais longe do que nosso cérebro, independentemente da nossa intenção e da nossa atenção. Já estamos familiarizados com a ideia de campos para além dos objectos materiais nos quais eles estão enraizados: por exemplo, os campos magnéticos estendem-se para além da superfície dos magnetos o campo de gravidade da terra estende-se para além da superfície terra, mantendo a lua na sua órbita; e o campo e uma telefone celular estende-se longe par além do telefone propriamente dito. Da mesma forma os nossos campos mentais estendem-se para além dos nossos cérebros.

_________________________________________________________________________ Recentemente, investigações científicas publicadas nas revistas New York Time e Science & Vie, questionam a nossa percepção habitual em relação aos fenómenos. É possível observar a mesma partícula em dois lugares distintos. A ciência da não localização põe em causa a nossa vista dualista do espaço e do tempo. Ela vai ao encontro das constatações dos sábios de antigamente. A física quântica coloca questões profundas sobre a relatividade da nossa percepção do mundo _________________________________________________________________________

“A física quântica diz que tudo o que vemos não são as imagens que realmente vemos com os olhos, mas sim uma imagem que foi criada pela mente. Se pudéssemos mudar isto veríamos que todas as coisas e objectos vivos são uma projecção a 3 dimensões criadas pela nossa mente. Temos que realizar também que as dimensões são 4 e não 3, tal como hoje se sabe. A dimensão do tempo foi acrescentada e, por isso temos altura, comprimento, largura e tempo. O tempo pode retrair-se ou expandir-se, dependendo da energia e da gravidade a que, por exemplo, esteve sujeito um buraco negro. Podemos fazer uma pequena experiência colocando dois relógios, um na cave outro no telhado (Manual 17) de um arranha-céus. Após o mesmo espaço de tempo verificar-se-á um atraso no relógio do telhado em relação ao outro. O que é afinal esta projeção? Na física atual afirma-se que é a energia do espaço, ou mais precisamente a energia global, que preenche tudo no espaço e aqui no nosso planeta. Na realidade todos os seres vivos fazem parte desta energia e do universo. Será que a física quântica é uma nova religião ou uma filosofia? A resposta vem dos cientistas que colocam a possibilidade de toda a teoria quântica se tornar um caminho de compreensão das coisas à nossa volta e consequentemente do nascimento do universo e do nosso mundo.” _________________________________________________________________________

(……..) Por isso, nem mesmo os criacionistas, corrente evangelista americana que pretende introduzir a ideia da criação bíblica nos manuais escolares, conseguem perturbar o honroso dialogo que Deus e a Ciência vêm travando nos últimos anos. Até porque, cada vez mais, são os próprios cientistas a trazer para discussão pública a ideia da emoção artística, diferente da emoção intelectual, como lugar onde a teologia diz habitar Deus. O homem já deixou há muito tempo de ser visto como o fim da cadeia da evolução, assegura-nos Christian de Duve. “O que nós conhecemos hoje acerca da origem da vida, leve-nos a pensar que o género humano é apenas a manifestação de uma realidade intermédia que desaparecerá daqui há um milhão de anos”. O homem triplicou o número de neurónios nos últimos dois milhões de anos. Ora se o homem, no próximo milhão de anos, dobrar de novo o número de neurónios criará definitivamente uma nova realidade acerca de si próprio que muito nos interrogará. Á esta nova etapa de desenvolvimento o Prémio Nobel chama de realidade última, que não é Deus segundo nos explica, mas “é uma inteligência intuitiva que será a emoção artística”. O artista será então, para Christian de Duve, “o médium que nos fará chegar muito próximo desta última realidade” a que muitos chamam Deus (os crentes) e que alguns cientistas designam por “emoção artística”. O diálogo filosófico do futuro poderá então passar pela comunicação travada entre Arte e Ciência e já não entre religião e conhecimento cientifico. Matou-se definitivamente Deus? Não, de modo nenhum. Apenas se reconduziu a ideia que dele fazemos, não ao conhecimento intelectual aprendido mas a intuição que se processa no domínio da arte ou, se quisermos, da criação. Deus será sempre o criador. E nós, homens, viveremos permanentemente nesta inquietude de o encontrar. È precisamente esta ideia de Deus que em última instancia nos impulsiona a viajar pelo espaço em busca do encontro da ideia de infinito. Se existe algum confronto em termos de ideias, ele será sempre provocado pela aparente dissonância entre as ciências do espaço e as ciências da terra. Aí, algures, encontraremos o lugar onde a inquietação se recolhe. Pascal já nos havia dito que o homem está suspenso entre a ideia do infinitamente pequeno e a ideia do infinitamente grande. Quando da terra contemplamos o espaço, situamo-nos algures na dimensão do infinitamente grande. Se no entanto, do espaço olharmos a terra, é no infinitamente pequeno que descansamos a nossa inquietude. È neste cenário, dilacerado pela fabulosa presença do homem no espaço, que o astronauta, depois de pisar a Lua, não suporta a solidão do vazio e tão humanamente pergunta à escuridão: “Está aí alguém?” Por hora, não, ninguém! Ana Paula Lemos (Revista Máxima)

(Manual 18)

São apenas alguns investigadores modernos que nos abrem uma nova visão do nosso extraordinário potencial humano, há muito arrumado nas prateleiras do esquecimento oficial, ou reduzidos a uma pequena faixa intelectual. A credibilidade das suas publicações podem ajudar a rever as nossas certezas e interessar-nos pelos anais das sabedorias milenares, censurados em massa após os abusos históricos de certos poderes. A comparação entre investigações científicas recentes, as antigas técnicas do estudo do espírito e a nossa própria percepção do mundo, abre um campo de investigação propício ao desenvolvimento da Dança Duende. Descobrimos que toda a nossa vida, para lá das aparências as quais nos agarramos, é um vasto desvendar de mensagem, beleza, de profundidade e de dança. Estas investigações demonstram claramente uma evidencia: somos seres humanos, a nossa existência é um fruto sofisticado de uma natureza extraordinariamente inteligente e interdependente. A natureza da nossa consciência desempenha um papel chave nessa interdependência e durante muito tempo, negligenciámos que essa consciência se alimenta de atenção, de espaço, de alimento e de cuidados. O nosso espírito é muito poderoso, infinitamente participamos ativamente nesse poder criativo e longe de ser compreendido. Todos, cada um de nós com suas capacidades, participamos ativamente nesse poder quer queiramos quer não. Senão corrigirmos esse desequilíbrio entre a nossa interpretação das aparências, a fonte da seu nascimento e do nosso próprio bem, a nossa sociedade parece estar pronta a cair num cenário catastrófico tal e qual como os nossos pensamentos confusos.

Graças à globalização, esta hipótese diz respeito a todos. Nossos filhos enfrentam, totalmente desarmado, as perspectivas para angustiante futuro. E nós sabemos disso. Ao mesmo tempo, podemos considerar que nossa humanidade atingiu um grau de maturidade para saltar a barreira da ignorância, que é não reconhecer os seus próprios benefícios a longo prazo. Obter-se imediatamente ao trabalho é a nossa arte no Duende Projeto L

Uma derrota da ignorância O que estamos esperando para lutar vigorosamente contra a ignorância e “corrigir” as nossas tendências destrutivas habituais? O que esperamos incentivar nossos filhos a descobrir o valor de sua existência inconcebível … e dar-lhes os meios para desenvolver seu próprio potencial? Este processo vai levá-los a reconhecer o valor potencial dos outros, independentemente da sua origem, cultura ou crenças.

(Manual 19)

Num estágio de criação artística, basta criar simples situações com um grupo de pessoas para que todos descubram esta riqueza. Não é preciso falar: isto manifesta-se naturalmente quando os seres se abrem e aceitam a sua própria realidade que é a mesmo dos que o rodeiam. Um tal processo individual e social implica procurar a coragem de colocar em questão as nossas próprias opiniões e de rever as atividades nas quais participamos. A motivação que nos dá as descobertas do nosso potencial dá-nos a força para recusar continuar a participar em atividade que degradam a nossa dignidade, a dos outros e a saúde do nosso meio ambiente. Esta ponte é importante, pois é essencial da perspectiva deste projeto sendo contudo extremamente difícil de aplicar e manter numa primeira fase. O equivalente simbólico desta caminhada é a travessia do deserto e as suas tentações. O fruto, o oásis, a fonte do que nós procuramos esconde-se mesmo por detrás do esforço que consiste em ultrapassar o medo. O esforço alimenta-se de motivação. A motivação nasce da apreciação, da visão, da generosidade e da aceitação. Trata-se de por em questão a nossa insegurança, a nossa tendência para a corrupção (intelectual, emocional e financeira) e desenvolver a nossa confiança valorizando a nossa atitude. Reflexões profundas sobre este tipo de assunto estão incluídas integralmente na formação Duende. Parece que, desde há muito tempo, cultivamos a tendência habitual de procurar o erro, o “culpado” ou o defeito, fora de nós e de “pedir”, “exigir” aos outros que isto mude. Não importa quem escolhemos como culpado. Este reflexo condiciona e favorece a preguiça, a falta de imaginação e a cobardia nossas dificuldades parecem vir sempre de um agente exterior. O poder, a miséria, a globalização, o dinheiro, a religião, os terroristas, a televisão, a meteorologia, o stress, a sogra… Os vilões não faltam, mas invariavelmente são os outros que deveriam mudar. Entretanto, tentamos convencer os “maus” a mudar sem darmos conta do poder inerente a nossa existência criador da nossa realidade. Um certo esforço da nossa parte pode transformar-nos em pessoas capazes de tratar eficazmente os que o rodeiam em vez de os criticar. A arte é uma ferramenta extraordinária para estudar os aspectos da nossa vida, da nossa sociedade, e para educar a gerações futuras

A SABEDORIA ENTRE NÓS

Se pensarmos nas vidas dos grandes exemplos espirituais através da história, verificamos que a maior parte deles pregaram a simplicidade, a introspecção, o amor incondicional, a paz interior, a comunicação, o perdão. Sem cair na vulgaridade simplista da batalha entre o bem e o mal, constatamos que os indivíduos universalmente reconhecidos pela sua sabedoria direccionaram os seus esforços á partilha da sua descoberta de um potencial humano mais evoluído. Um estado de felicidade, uma visão que ele experimenta na realidade, a sua vida não é uma teoria ou uma ideia (Manual 20) abstrata mas sim o fruto dum modo de comportamento interno, a busca de um caminho que o leve em direção a um estado de espírito livre, leve, altruísta e profundo. São as suas vidas, o seu Duende, os seus exemplos e não as palavras que nos impressionam através dos tempos. Eles existiram verdadeiramente. Eles sofreram verdadeiramente. No entanto, eles estão sorridentes, doces e a sua proximidade cura. A sua mensagem consiste em transmitir-nos a coragem de também experimentar. Eles são exemplos. A sua mensagem diz-nos “è verdadeiramente possível de percorrer um caminho de conhecimento que nos liberta da “parvoíce!” Hoje é possível iniciar-nos. Curiosamente, o propósito através dos tempos e das culturas é similar. Mas, quando somos apanhados em flagrante, comentamos: “Pois sim, mas eu não sou nenhuma santa (o)!” Os “santos” do mundo foram e são simples seres humanos. É na sua coragem que está a sua principal superioridade: eles não recuam perante o medo de trabalhar sobre eles próprios. Esta coragem tem as suas raízes na certeza do sentido da vida, no desenvolvimento das faculdades extraordinárias que desfrutamos na qualidade de seres humanos e no facto de trabalhar seriamente sobre isso em vez de viver um perpétuo medo oculto de se lembrar da morte. Se fôssemos perdedores incuráveis, os sábios do mundo não teria dito nada para tentar ajudar. Eles parecem ter mostrado mais fé na nossa capacidade de transformar a nós mesmos.
Paradoxalmente, parece que a única mudança realmente realizada no nosso mundo é a que a soma dos indivíduos manifesta em profundidade, e todas as suas inúmeras formas! E sabemos quanto um só indivíduo pode contribuir para a felicidade ou para o horror de outros. A história está repleta de exemplos flagrantes. Sem perder muito tempo em conjunturas baseadas na especulação intelectual e nas diversas opiniões que nos rodeiam, um projeto como a Arte Duende propõe viver de outra forma, de instituir, de promover e de perpetuar, desde já, um sentido de dignidade na nossa existência e, por extensão, na vida de todos os seres vivos, de escolher o que nos tornamos, de desenvolver nossa humanidade. Nascemos aqui. Nossa existência é válida. Somos seres humanos dotados de um corpo, de uma palavra e de um espírito maravilhoso. Iremos aproveitar tudo isto antes de morrer? Como gerir este tesouro? Qualquer vida é interdependente de outras vidas, da mais minúscula à maior. Os circuitos que nos dão capacidade de criar são os que nos podem levar à destruição. Tentemos conhecê-los, compreendê-los, acalmar-nos. Juntos. Para obrar nisto, temos de conhecer o nosso espírito. Um dos meios mais poderoso para contatar a nossa consciência sutil é a arte, sob todas as suas formas. O projeto Duende propõe não esperar mais, renunciar às nossas pequenas guerras egoístas, culturais, religiosas, mediáticas, financeiras, politicas e de criar ativamente escolas, situações, professores, obras. Reagrupamos a intenção de numerosos seres (Manual 21) humanos que orientamos seu espírito guerreiro para prioridades essenciais e que ajudarão gerações futuras a melhorar a situação da humanidade. Graças a nossa atitude, mudamos de direção. Graças a nossas obras de arte, influenciamos o nosso redor neste sentido sem esperar nada em retorno. Sejamos simplesmente satisfeitos de estarmos vivos num mundo extraordinário. Aprendemos a viver juntos de um a forma correta. A vida é como uma Arte… para todos

O DUENDE NO QUOTIDIANO

O espaço Antes de pensar Entre os pensamentos Entre as sílabas e as letras. Entre os sons, nos sons, à volta dos sons. O mundo visual, o mundo sonoro, o mundo sensorial e a criação intelectual condicionam em cada instante nossa sociedade e nossa capacidade em compreender nossa vida. Mergulhamos intensamente nela. Tudo o que nos rodeia no quotidiano condiciona nossas percepções e programa nossas reacções: as cores e o seu agenciamento, o marketing, as formas e os seus códigos, a arquitetura, o urbanismo, a música, os sons, a linguagem, a literatura, o nosso corpo e a nossa mobilidade… Cada uma destas manifestações transporta um valor simbólico que transforma nosso estado de espírito. Simultaneamente eles nascem no espaço condicionado pelo modo de pensar dos espíritos que criam estes símbolos. Alguns exemplos fáceis de constatar: o código da estrada, as publicidades, a moda, a decoração de um prato, a arquitectura…

A INTERDEPENDENCIA

Assim as manifestações artísticas dependem da visão e da intenção a partir da qual nascem. Elas criam, abrem e fechem as portas a todos os fundamentos inconscientes da nossa sociedade. A cultura é a fonte de conhecimento ou então fonte de ignorância, e bem-estar e de evolução ou então de restrições e de sofrimento, de acordo com os espíritos que a produz. A arte é contagiosa. É sempre uma magia, branca ou negra ou cinzenta.

Quando o grupo de busca dá autenticidade, Duende aprendiz descobre uma dimensão sagrada fresco, enquanto gradualmente suas tendências habituais e ego centralização obsessivo é liberado. Sem proselitismo, a intenção do artista é destinado principalmente para o benefício e bem-estar de todos os seres que compõem o mundo. Como um chef que se preocupa com todos os aspectos da comida, ele prepara, (22 Manual) incluindo a digestão dos hóspedes, após a degustação, o projeto Duende cultiva novo espírito, curiosidade, respeito, abertura. Esta aspiração se manifesta na forma de realizações concretas e sonhos potenciais projetos diferentes resultantes da sensação intrínseca de riqueza que a prática diária de generosidade aumenta. educação Duende tende a desenvolver essas habilidades nos alunos em paralelo com o cultivo de um senso de participação e responsabilidade no mundo em que vivemos. Sua exigência pessoal leva além da criação da unidade bruto e de expressão. Leva à investigação da natureza e requinte do que ele quer se comunicar e se expressar.

PRINCÍPIO DA PINTURA –

Tosa Mitsuoki-Honcho Gaho Taiden a “circulação do Espírito” significa que um pintor quando realizar um trabalho, faz com que o espírito de sua alma circular pelo corpo. Se sua alma é pequena e seu espírito não é adequada, a pintura será scrubby, magro e insatisfatório em qualquer caso. O trabalho de um pintor deve ser dim (terne?), Delicado e mórbida na dor, resistente e forte com raiva, pastoso e alegria espontânea; é essencial que o pintor escolher emoção preciso (…) “movimento da vida” significa que uma pintura de uma divindade, um demônio ou um homem, um animal, um pássaro ou uma árvore, contém o espírito do objeto e, portanto, dá ao espectador a ideia de que o objeto está na frente de seus olhos. Um guerreiro deve mostrar o seu gloria marcial, uma senhora cortou sua elegância fascinante, um monge aspecto sagrado budista de sua missão. Este princípio envolve a arte de pintar a plena manifestação do espírito, que tem cada ser e cada coisa. (…) A menos que o trabalho não é totalmente transmitir o espírito do objeto, ele não contém nada divino em si mesmo, e, Se assim for, é como um santuário sem divindade. Um artista comum não pode incutir espírito semelhante ao seu trabalho. (..) Não seria necessário mencionar os princípios da pintura, se a pintura não era nada além de copiar formas de arte. O objetivo final da pintura é para representar o espírito de objetos ….

Cultivar, estudar, nutrir e expressar esta atitude altruísta profunda Duende dá ao artista uma força, um valor tranquila e incorruptível, porque ele / ela encontra satisfação em manter esta atitude na prática de sua arte. A qualidade sutil das mensagens transmitidas sua prática diária vai gradualmente precisa e ele / ela estará livre de maneira vulgar para a frente a uma recompensa futura (por exemplo:. Para ser o melhor, ganhar mais dinheiro, aparecer na mídia, coletar instrumentos de poder). A cada segundo, cada dia e cada evento ensiná-lo a evoluir. Graças à atenção para as percepções dos sentidos, sentido despertado de espaço e silêncio, o mundo fenomenal se torna seu professor. artista Duende é apaixonado por essa pesquisa ao longo da qual aprende a conhecer melhor uns aos outros. Ele percebe que as grandes dificuldades inerentes a esta exigência são muito importantes porque revelam o que eles esconderam as máscaras. Eles lhe mostrar o caminho como um mapa. O artista é treinado para viver nesta perspectiva essencial para a sua disponibilidade vocação.

(Manual 23)

Jack Niland tem um mestre tibetano tradição Bon Po disse: “Quando você se sente espaçoso, você se sentir leve e feliz e, naturalmente, sentir um desejo de estender essa bênção ao seu ambiente. A arte é isso, é compartilhar suas bênçãos com os outros “. A relação consciente com o espaço, a prática da meditação, o desenvolvimento da virtude, reconhecimento e gestão de emoções profundas, aceitando cada realidade apresentada, sincronização de corpo e espírito que lhes permitam essas bênçãos surgir com frequência crescente, independentemente das circunstâncias. Apesar dos dramáticos acontecimentos da vida, de repente podemos experimentar esta bênção cantar ou dançar. É natural e fácil de cultivar essa liberdade. É o que deu origem ao jazz nas piores condições. escravos negros sobreviveu como um povo e começou a ultrapassar as condições terríveis graças à sua arte. Em Espanha, o mesmo fenômeno ocorreu com a população cigana, que encontrou um pouco de dignidade entre a sociedade espanhola graças à Flamenco. A expressão desta apreciação se manifesta na nossa arte, que se torna o simples ato de compartilhar o nosso estado de espírito aventureiro com o mundo, atualização clara e precisa do nosso estado de espírito

Gestão de uma carreira como um projeto global, os objetivos sociais precisos Duende Arte perseguidos, que irá listar no final deste capítulo. Estes objetivos são parte integrante da formação Duende. A clareza destes objetivos e compromisso com a sua realização irá reforçar a motivação do artista, bem como a sua capacidade de resistir aos obstáculos que você vai encontrar. Você vai aprender a apreciar o valor de sua própria atitude, mesmo quando medo investir a sério no mundo valores sagrados e humanos. A missão essencial do Duende é promover, inspirar e encorajar uma atitude de frescura, incorruptibilidade e abertura no seio da comunidade artística, através de estratégias com base em educação – intelectual e emocional – a organização, coordenação e solidariedade entre diferentes projetos que compartilham a mesma visão. Assim, o Projeto Duende, graças à poderosa influência simbólica dos artistas e das suas atividades de solidariedade pode contribuir para plantar as sementes de uma sociedade acorda, dedicado a explorar altruísta seu próprio potencial intrínseco. Com base no princípio fundamental de que será a reagir em conjunto contra a vulgarização do mercado, defendendo-se implacavelmente contra a exploração comercial de seu talento, arte Duende oferece perspectivas que podem libertar o espírito de prisões mentais precisa para artistas de sucesso si, competição ou sede de glória. Os exercícios permitem que o espírito de fornecer ferramentas eficazes para manter a elegância de uma atitude livre e generoso.

(24 Manual)

Observamos em torno de nós ou no passado que toda a nossa riqueza, nossas preocupações, nossos amigos, nossa família, nossas posses, nada permanece para sempre. Se você não perder, eles nos ou doença, a velhice, a guerra, cataclismos sair e morte pegar o que sobrou. Nenhum país manteve o poder para sempre. Todos os grandes impérios cair mais cedo ou mais tarde. Outros substituí-los. Duzentos anos se passaram muito rapidamente, nomes desaparecer, mas nossas línguas mudaram. As grandes civilizações desaparecem sem deixar traços claros do que eles acumularam ao custo de tanto esforço, à custa de sangue e lágrimas. É inútil desperdiçar nosso tempo e energia exclusivamente preocupados com sucesso, glória, poder ou bens materiais. Nós podemos dar ao luxo de fazer um muito melhor uso da nossa vida. Nossa sensação visceral de competitividade, ambição e poder toma uma nova direção à luz destas observações simples, quando realmente ciente deles. Nossa necessidade de amor e reconhecimento reafirma como nós descobrir os prazeres inerentes à nossa própria criatividade e produtivo projeto de intercâmbio intercultural. Ambição, a necessidade de reconhecimento, o medo de privação e pobreza estão sentindo por dentro a isca que corrompe artistas. Se a sua formação imuniza contra estas deficiências, a comunidade artística irá beneficiá-lo no longo prazo. A expansão da criatividade (Liberdade, Céu), o progresso resultante de rigor (ritmo, harmonia-Terra) e da gestão adequada do trabalho de comunicação, resultando em emoções (Heart & Intelligence-Virtue) permitirá que o aluno a encontrar o seu lugar em um mundo que precisa de qualidade. Virtude atrai prosperidade se acompanhada por trabalho e inteligência. meios indispensáveis de subsistência nascem naturalmente quando cada pessoa encontra sua vocação específica para alimentar o mundo. Riqueza surge naturalmente a partir desta atitude em relação a si mesmo e para com os outros. Esta riqueza não é exclusivamente constituída de vantagens materiais, mas, por vezes, em reuniões, realizações, viagens e uma crescente capacidade de aprender em todas as circunstâncias. O nosso legado vital perdura. O que nós transmitimos cai profundamente no espírito dos seres vivos e persegue uma vida que vai muito além da nossa imaginação. E este património não se encontra inscrito nos livros de história: torna-se “todos aqueles” que realmente escrever ou inventar a história, isto é, nós somos, a vida de cada um de nós é, que o património. dança Duende é oferecer treinamento para se tornar consciente desta realidade, a ter em consideração em nossas produções artísticas e em nossas vidas diárias. É nosso mundo: a soma de tudo o que já viveu, disse, pensamento, realizada e transmitida nossos antepassados. Nós nos cabe agora.

Danza Duende: Técnica – Treinamento

PILARES  da FORMAÇÃO DUENDE

Os dois principais pilares da Dança Duende:

1. Todo o ser é dotado de um potencial de presença autêntica e poder criativo que surge a partir daí. O trabalho é permitido para ser autêntico. 2. Qualquer ser que tocou o fruto da presença autêntica em sua arte deve estender este conhecimento para todos os aspectos de sua vida, de modo a tocar a dimensão sagrada intrinsecamente contido em tal atitude. Estes dois pilares principais apoiar três experiências fundamentais e inter-relacionados que vêm todas as qualidades artísticas Duende:

I / Liberdade Aqui nós definem a liberdade como a própria base da experiência consciente do espaço e do tempo. A experiência da percepção consciente de espaço no momento presente, repetida no curso diário permite a liberação estudante: – – reduzindo conceitos – – apego a valores mobiliários julgamentos rígidos – – de certas tendências sutis habituais. Esta liberação progressiva simplesmente surge porque durante a experiência consciente de espaço no momento presente, o espírito não está sujeita a essas características. Medo, distração, falta de consciência ou disponibilidade e fechada sobre si mesma consciência limitada a um espaço reduzindo que a liberdade não é concebível. Abrindo espaço abre uma lacuna nessas barreiras ao longo prática. Para trazer a consciência ao plano da vida cotidiana, o discípulo deve manter a disciplina, vigilância e infalível perseverança porque o espírito retorna sempre (32 Manual) automaticamente para sua configuração normal. A vastidão da visão desaparece sem deixar vestígios mais do que uma vaga lembrança. O intelecto pode montar estratégias de negócios, a fim de acesso totalmente esconder a liberdade e as formas de alcançá-lo. Paradoxalmente, a natureza infinitamente rico de criatividade é fonte latente, se o aluno não faz espírito desequilíbrio emocional domestica. Junto práticas que favoreçam a abertura, noções dualistas de: – – espaço / tempo; – – I / outro; – – antes Depois; – – aqui / lá; momentaneamente dissolvido, a abertura da porta para o estado de “fluxo”. A dança é uma disciplina em que estas experiências são particularmente fácil sentir-se de uma forma natural. principais dançarinos inúmeras descrever como busca do prazer de dançar uma sensação de liberdade e espaço infinito. Quando você se sentir um ao vivo ou quando de repente alegria que sentimos aliviados de uma dependência psicológica ou física, espontaneamente ligar-nos ou vamos pular ou levantar os braços para o céu cantar. Estas declarações expressar liberdade, súbita consciência da realidade do espaço infinito como a base da vida e da alegria explosiva daí resultante. Como a experiência inspirou o gesto, o oposto é igualmente verdade: repetir o gesto transformando suas mentes para o que o gesto representa os resultados correspondentes ao estado de espírito. Voltaremos a isso mais tarde. Liberdade é essencialmente independente das circunstâncias. O espaço é sempre lá. Espaço é o que contém toda a nossa experiência de vida. consciência vivia se manifesta em seus seres infinitude através de uma alegria luminosa. Esta experiência, compreendido e realizado como base de trabalho, pode inspirar um aluno incorruptibilidade em todos os níveis. Ela é a fonte de toda a criatividade, coragem e humor. Ela também é a porta de entrada para um coração generoso, disposto a aventura e riscos da comunicação real.

2 / A rigor sem o qual não pode realizar todas as pesquisas. Nós definimos o rigor e respeitar o ritmo e harmonia, que são interdependentes e inerente a toda vida orgânica. A taxa de ritmo todos os aspectos da vida: Coração batimientos, estações, dia e noite, a respiração das marés, cadência, etc. … Harmony é um sentido em que os movimentos são executados para promover a saúde fundamental. O céu está acima da terra abaixo. O sol nasce no leste, a Terra gira (Manual 33) mesma direção sem interrupção. A árvore cresce para o céu, mergulhe suas raízes do sul na terra. Alimentos entrar por um buraco preciso e detritos para fora do outro. Caso contrário, ele não funciona. Nós andamos em nossos pés, nós olhamos com os nossos olhos, etc. Quando a harmonia é perdido, a doença está instalado. Ritmo e harmonia formam o tecido da nossa experiência e não é surpreendente encontra-los como uma base essencial para o estudo da música. Para nós, o rigor é valorizar e respeitar os ritmos e harmonia da nossa disciplina. El Duende aprendiz rigor sabe que este é o seu melhor amigo. É seu protetor fiel. Sem ele, não tem chance de se juntar a arte Duende Duende e sua vida. Sem ele, será impossível para lidar com as descobertas inerentes a uma experiência artística profunda. A natureza profunda de liberdade é refinado para se expressar em vida graças todos os dias para o rigor. Sem essa disciplina, o paradoxo entre a loucura da nossa criatividade inerente e lucidez pode contradizer. É a razão pela qual tantos artistas se suicidaram, rapidamente ou lentamente. Sua sensibilidade não pode suportar o que encontram, se você não disciplinar o seu corpo e espírito, a sincronização do dia. Eles estão desatualizados. Seu discurso mentais, percepções refinados e seu confronto com a sociedade não estão em harmonia. Numa primeira fase, as drogas parecem aliviar esse sofrimento, até agora eles começam a adicionar, dificuldades quase intransponíveis adicionais e eliminar qualquer possibilidade de disciplina. É um importante tema Duende Dance Studios. A viagem noção começa com disciplina. É a expressão natural de saúde e flexibilidade que permite adaptar o viajante ao seu ambiente, descobrindo-o, enquanto seu desenvolvimento físico, sustento moral, emocional, intelectual e espiritual. Disciplina permite que o viajante de volta às origens, redescobrindo, sem cessar, exceder seus limites, reconhecendo a sua bondade fundamental e seu mundo, sem sucumbir à depressão ou a tentação de usar seu poder com um esforço prejudicial ou inútil. Ele também permite que você mantenha o necessário para preservar e proteger sua liberdade, apesar dos sacrifícios que muitas vezes representa um valor. O viajante é aquele que sabe que a cada momento de sua viagem é o fim em si mesmo e que sua vida depende do seu cuidado, bem como a sua vontade de se adaptar aos lugares que cruza para os itens que encontrar, os obstáculos você já deve transpor os prazeres oferecidos. Este rigor é baseado em uma confiança essencial na validade de doçura e bienquerencia para si mesmo, bem como infinita gratidão à riqueza de experiência de vida

3/ A Virtude! O coração ea cabeça trabalho juntos! A arte da oferta. A virtude é a qualidade consistente inevitável que vem de um percurso artístico para o coração da sabedoria intrínseca da própria artista e sua propensão a abrir seu coração, que tem (34 Manual) sensível voltou para o mundo. Virtude integralmente colorir intenção do artista. E o espaçoso sob as quais você pode clarear, humanização, esta intenção está no coração de toda a própria criação artística, seja ela consciente ou não. A experiência simultânea da liberdade e rigor ou, em outras palavras, a relação entre o céu ea terra, encarnado por um homem perseverante, permite que os potenciais qualidades do artista e o público manifesta plenamente simultaneamente. A qualidade mágica de cura virtude inerente é importante: é urgente para restaurar a magia à nossa existência na sociedade. É a busca do artista Duende. Quando descobrimos a consistência livre e leve de espaço em nossos pensamentos e em nosso corpo, nós distanciar em relação ao conteúdo deste fluxo perpétuo de conceitos e emoções que normalmente habitam o nosso espírito. É possível trabalhar com a textura de pensamentos com esta nova distância crítica que apura gradualmente a paisagem. A nossa dimensão poética tem o poder de transformar a própria natureza de nossos pensamentos. Podemos voluntariamente definir nosso corpo e nosso espírito para viver sincronizada, de acordo com uma visão poética do universo. Esta é uma prática comum no Chi Gong. Nosso cérebro tem a capacidade de criar imagens e cores que nos ajudam a incorporar as qualidades que procuramos através da execução de uma obra mentais. Por exemplo, a nossa mão não termina no final dos dedos. Nossos quadris são as mãos atadas. Nossa respiração circula por todo o corpo. Ou então a nossa respiração sobe a partir do centro da terra, em toda a nossa coluna vertebral e fora da fontanela para o céu infinitivo e uma estrela polar de prata. Nossa palavra pronunciada sons simbólicos marcados com o selo da nossa intenção a direção em que queremos avançar. Estes sons criar um poderoso escudo contra a distração de pensamentos dispersos na hora de dançar em público. Eles nos levam com seu poder e fazer falar o nosso corpo, que se torna o símbolo que invocado. Nós executar qualquer dança que pode seguir um plano secreto para ser verdadeiramente manifesta em todo o corpo, todo o espaço. O elfo pode ter lugar, uma vez que o dançarino, ator e cantor já não são trancados em um discurso interno fortuito que os separa de uma realidade mais ampla. A dançarina não é mais na dualidade: “Eu danço, eles olham para mim.” Sua presença representa uma história, o artista autoriza e convida a energia circule fora, dentro, em todos os lugares. E acima de tudo o que ele vê, ouve e sente o movimento. Se praticarmos pacientemente pensei que este cronograma, ele executou sua dança invisível com o corpo. O cérebro é muito competente. Gasta muita energia teme pensamentos parasitas ou desejos aldeias e orientada para o passado ou o futuro. Este processo neurótico impede a manifestação da presença autêntica. Criar véus mentais. Separa o artista de seu ato e sua audiência. É a razão por que tão poucos manuais 35 artistas manifestar, apesar de sua excelente competência profissional e técnica. Seu espírito não é o nível, por assim dizer. Não é de surpreender, já que ninguém que eu já nos ensinou o que fazer com todos esses pensamentos e todas essas alucinações que imaginamos sobre! No entanto, disciplinando nossas mentes, nós descobrimos que isto pode canalizar a energia dispersa por vibração mental e transformá-lo. (Aliás, deve manter cautela nesta fase, uma vez que, usando os mesmos métodos, poderíamos entrar em um universo virtual fictícia, que é o oposto do nosso objetivo). Aqui, há um elemento adicional que entra em jogo: não apenas o artista viver plenamente os encarna ato, mas tem igualmente expressado a sua intenção, a fim de que este trabalho será útil para o seu desenvolvimento e bem como a evolução da participar da performance. Entendemos tudo útil para ajudá-lo a se sentir saudável, verdadeiro, simples, autêntica e sem agressão. É a virtude. Isso não define a forma do edifício, o que poderia, por exemplo, usar o poder do negativo para transformar energia. A diferença entre essa perspectiva e perspectiva desprovida da virtude é somada à renúncia de produzir obras cuja Vise conteúdo apenas satisfazer o nosso próprio desconforto – possibilidade deve permanecer no domínio privado do treinamento – ou, a fim de lucrar com a impressão fazer com que o público. Esta renúncia, ao contrário mente às aparências, não é a prática do bem contra o mal corresponde a rigor, que permite cultivar a sensação de liberdade incondicional. É abrir mão do seu poder, não está restrito 1-1 padrão usual de dependência mútua entre o público ea si mesmo. simplesmente aplicar a nossa arte para uma saúde intenção e livre de corrupção poesia. No treinamento, esta capacidade é cultivado renúncia pela queda fato. Do ponto de vista da Dança Duende, o ato artístico é um presente. O artista e sua experiência do público em conjunto um processo alquímico! A sensação de alegria, de abertura e de bem-estar no final do show vai invadir o público. É supérfluo explicar o que acontece com os discursos filosóficos ou pseudo-místico. Se os indivíduos que fazem o público se sentir diferente, cocares: mais leve, mais feliz, mais envolvidos também, que significa dança transmitiu a sua mensagem. Algumas pessoas vão ter medo, porque o trabalho provoca um fosso que os incomoda em seu processo de pensamento habitual. Este é um bom sinal. Não há necessidade de intelectualizar o que deve permanecer simples. O que é, naturalmente, sagrado, ela fala por si

EXEMPLO DE CRIAÇÃO DE UMA

Por exemplo: eu decidir tomar um trabalho pessoal sobre a doçura, porque eu sou duro comigo mesmo de (Manual 36) tornou-se consciente da minha tendência a maltratar e desejo de desmantelar este processo, a fim de viver de forma diferente, para descobrir e para domar a minha raiva. Atualizar este processo leva-me a realizar uma investigação sobre a violência que eu insisto para continuar, apesar de mim. Descubra a sua origem. Eu começo a criar trabalhos para entender a raiva e sofrimento, com a intenção de transformá-los. Agora, a minha atenção está voltada para a descoberta de uma forma de amizade comigo mesmo e com a sensação de doçura intrínseca no meu coração. Eu sinto que este amor profundo, mas como eu posso mostrar a outros como eu me sinto? Respire doçura neste ponto emocional neste campo da minha experiência: exatamente o lugar onde estou quando eu abuso. Em primeiro lugar, conhecer a minha violência, eu me autorizar a olhar para ela. É um passo simples processo, doloroso e difícil, mas acessível. O processo usual é subconsciente ao seu alcance. É incrivelmente fácil expressar seus profundos bailándolas emoções negativas, se nós deixarmos. Esta exposição da nossa dificuldade ocorre na intenção de entender e aliviar, mas não para entrar nele. Não temos a intenção de arrastar a nossa neurose, mas vê-los e curá-los. Dança, uma vez que a verdade emerge. Como está e sem subterfúgios. Nós trabalhar para isso, o tempo necessário, sem maltratar sem mentira. Música, posturas, trajes, palco, tudo deve ser escolhido de modo a favorecer esta pesquisa. O próximo passo é voltar para a fonte da dor para curar. Atrás pensamento, atrás de emoção, bem escondido, você pode apenas encontrar uma tristeza melancólica. Uma criança vulnerável. Sensible. Eu me nu. Mas antes da reunião, eu preciso atravessar tempestades e turbulência, máscaras que me esconder. É possível que ao longo do caminho, descobre características desagradáveis em mim mesmo, aqueles que eu reservados-lhes os ‘outros’, aqueles irritante Particularidades que me assustam ou me exasperar em outros. Eu também pode surpreender manifestando qualidades das quais eu senti desolada. Em seguida, com a ajuda de calma mental, da respiração consciente, minha mente, minha vontade, uma dimensão simbólica, eu vou transformar toda a experiência em si em doçura. Cada sensação, através dos olhos, através da audição, tato, paladar, consciência: tudo se torna uma carícia do mundo em dois sentidos. Escolha roupas adequadas, movimentos, palco, música e concentração, como relaxamento, induzindo essa doçura no meu espírito. Na minha vida diária, eu vou avisar os detalhes que alimentam esta meditação. Eu inspirar-objetos, obras, coisas que despertam a ternura no meu espírito. E eu observar em detalhes como a doçura está instalado, como ele funciona, como eu tenho sido capaz de descobrir como eles operado violência e raiva com a dança anterior. (37 manual) deve fazer esta experiência em detalhe e precisão. Não se trata de fazer pantomima. Estamos a doçura. espaço ¿Cherish ou espaço que nos acaricia? Será que o espaço é espaço público ou sou eu? Meus pés acariciar a terra e toda a terra é tão doce. Mesmo a roupa sobre a pele acaricia todos os poros. Meu sentimento acariciar, de ser acariciado, ela acaricia espaço. O meu espírito é azul, branco, um pouco de amêndoa … o nome de uma pessoa ou um deus ou uma divindade sem cessar da minha boca. Esse nome invoca a própria essência da doçura do que eu me tornei dança. Todos os que me vêem já não vê, eles são os únicos que dançam através do meu … Eu, eu olho para eles. Que dança, que olha, que acaricia, que é acariciado? E se eu andar na rua sem perder esta visão? Uma breve exemplo de bogey prática através de duas danças complementares totalmente diferentes em estilo e forma

PLANOS DE TRABALHO

Todos os três exercícios Duende dança tendem a sincronizar o corpo, fala e mente e para gerir emoções, para alimentar uma presença real poderosa nossa arte e vida, sem distinção. Os exercícios devem realizar um esforço simultâneo entre os vários níveis da nossa existência. Para treinar, colocar o acento sobre cada um deles. Não há separação fundamental entre o corpo, a fala ou o espírito, mas está se concentrando em todos os aspectos da nossa existência que podemos trazer todas as partes. Tais como a liberdade, simbolizada pelo céu, rigor, simbolizado pela terra e do ser humano, como um elo entre os dois, representam uma metáfora para a base, o caminho e as frutas, a formação vai seguir um esquema tripartite: como, energia e espaço

1 / como é o corpo, mas também as formas que criamos quando determinamos uma forma ou exercício. Isto também pode ser um dos órgãos, antes do contacto com um objecto, o olho, independentemente de vista. Isso pode indicar pensamentos se estamos interessados em seu conteúdo intelectual. Por exemplo, este livro é um trabalho sobre como, como todos os exercícios de flexibilidade, força muscular, equilíbrio físico, a repetição de sequências complicadas, desenhos no espaço, a capacidade de comunicação verbal ou sinais, ou as palavras de uma canção de trabalho

2 / energia sobre energia visa especialmente entender o Qi ou Prana, mas também canalizar a energia de emoções, o poder do gesto além do corpo, o poder da voz além do senso palavras ou melodia de som, o poder do pensamento além dos conceitos. Este trabalho inclui exercícios de resistência, visualização, voz ou  pesquisa psicológica (38Manual). A capacidade de compartilhar e instintivo comunicação, sons, luz, espaço e clareza de espírito. também é o domínio da intuição, o contato dos órgãos com um objeto e os sentidos formas simbólicas

3 / espaço espaço percepção é essencialmente criando situações que permitem a calma espírito. É uma conceituação de domínio gratuito, que não atende as características que poderiam descrever este livro. Isto é principalmente para permitir que ocorrem lacunas em nosso esquema de comportamento habitual, a fim de nos capacitar a tomar consciência pessoalmente do nosso espaço (o nosso estado de espírito em que surgem pensamentos, sentimentos, emoções) e espaço para conceber como fora de nós mesmos (o espaço em que aparecem o universo, formas, sons, energia e nós mesmos). Todo o trabalho como um todo assume precisão, flexibilidade de tempo e força, graças à consciência do espaço. Yin e Yang paradoxo perpétua da existência manifesta-se muito rápido em nossas vidas através do trabalho em Danza Duende. Estamos cientes de que todo o processo a nível da forma e da energia é expressa de acordo com dois movimentos complementares: a tensão e relaxamento, a inspiração e expiração, tão forte e doce, masculinos e femininos, dia e noite, agradável e desagradável, etc. Esta consciência nos permite buscar a harmonia entre essas duas forças, sob todos os pontos de vista.

Cinco Energias SABEDORIAS Nível duende 2 formação é o estudo da MAITRI, um workshop sobre as cores das emoções, Chogyam Trungpa criado por. Este trabalho pode reconhecer um código fenomenal que nos fala através dos órgãos dos sentidos e os nossos pensamentos. Podemos reconhecer a presença dos 5 elementos em nossas vidas diárias e adotar diferentes perspectivas para entender a nossa missão artística: a perspectiva da água, a terra, o fogo, a perspectiva de vento e espaço. Este trabalho permite usar nossas próprias emoções negativas e positivas como material de despertar-nos da ignorância e livre de redução de conceitos. Na minha opinião, o Goblin é um estado de espírito em que cantor de flamenco parece que você quase não existe, é um momento em que a mente é despojado de títulos e vazia de conteúdo, um momento em que não se faz Não tem nada a ver com o que acontece ao seu redor e onde contemplado tão espantado e respeitoso tudo o que acontece é algo que flui por si só.

(Manual 39) El Duende é um estado de graça, em que a excelência é produzido sem esforço, um estado em que o intérprete é absorvida pelo presente e suas emoções estão isentos de repressão mais ao contrário, estes são activados de forma positiva e alinhar com a atividade sendo ll que levando-o, seja cantando, tocando e dançando. Elaborando um pouco mais na definição deste fenômeno, pode-se dizer que o traço característico desta extraordinária experiência é um sentimento de alegria espontânea em que alguns dos nossos êxtase consciente ocorre. São momentos em que a pessoa se sente tão bem que é intrinsecamente gratificante, um estado em que o artista é completamente absorvido e presta atenção ao que você está fazendo. Quando esta situação é atingido, a atenção está focada tanto que a pessoa perde a noção do tempo e do espaço, é um estado de auto-esquecimento, uma forma de estar em que se está tão absorvido na tarefa, que desaparece todos completamente auto-consciência e que deixam até mesmo as menores preocupações da vida cotidiana. Momentos de Duende são momentos em que o ego está completamente ausente e onde o desempenho é notável, embora paradoxalmente, a pessoa é completamente despreocupado com o que ele faz e sua única motivação reside no mero prazer de fazer o que é está fazendo … cantar, tocar ou dançar.

Teoria prática do duende

García Lorca

Desde o ano de 1918, quando ingressei na Casa de Estudantes de Madri, até 1928, quando a abandonei, ao terminar meus estudos de Filosofia e Letras, ouvi naquele refinado salão, para onde acorria a velha aristocracia espanhola com o fim de corrigir sua frivolidade de praia francesa, cerca de mil conferências.

No desejo de ar e de sol, me aborreci tanto que, ao sair, me sentia coberto por uma leve cinza, quase a ponto de se transformar em pó-de-mico.

Não.  Eu não gostaria que entrasse na sala essa terrível mosca do aborrecimento que costura todas as cabeças com um fio tênue de sono e põe nos olhos dos ouvintes pequenos tufos de pontas de alfinete.

De um modo simples, com o registro que em minha voz poética não tem luzes de madeiras, nem curvas de cicuta, nem ovelhas que subitamente são facas de ironias, vou procurar dar-lhes uma simples lição sobre o espírito oculto da dolorida Espanha.

Quem encontra-se na pele de touro que se estende entre os Júcar, Guadalete, Sil ou Pisuerga (não quero citar as torrentes junto às ondas cor de juba de leão que agitam o Plata), ouve-se dizer com certa freqüência: “Este tem muito duende”.  Manuel Torres, grande artista do povo andaluz,  dizia  a  alguém  que cantava: “Tu tens voz, conheces os estilos, mas jamais triunfarás, porque tu não tens duende”.

Em toda Andaluzia, rocha de Jaén e búzio de Cádiz, as pessoas falam constantemente do duende e o descobrem naquilo que sai com instinto eficaz.  O maravilhoso cantador El Lebrijano, criador da Debla, dizia: “Nos dias em que canto com duende não há quem possa comigo”; a velha bailarina cigana La Malena exclamou um dia, ao ouvir Brailowsky tocar um fragmento de Bach: “Olé!  Isso tem duende!”, e aborreceu-se com Glück, com Brahms e com Darius Milhaud.  E Manuel Torres, o homem com maior cultura no sangue que conheci, disse, escutando o próprio Falla tocar seu Nocturno del Generalife, esta esplêndida frase: “Tudo o que tem sons negros tem duende”.  E não há nada mais verdadeiro.

Esses sons negros são o mistério, as raízes que penetram no limo que todos conhecemos, que todos ignoramos, mas de onde nos chega o que é substancial em arte.  Sons negros, disse o homem popular da Espanha, e coincidiu com Goethe, que define o duende ao falar de Paganini, dizendo: “Poder misterioso que todos sentem e nenhum filósofo explica”.

Assim pois o duende é um poder e não um obrar, é um lutar e não um pensar.  Eu ouvi um velho violonista dizer: “O duende não está na garganta; o duende sobe por dentro a partir da planta dos pés”.  Ou seja, não é uma questão de faculdade, mas de verdadeiro estilo vivo; ou seja, de sangue; ou seja, de velhíssima cultura, de criação em ato.

Esse “poder misterioso que todos sentem e nenhum filósofo explica” é, em suma, o espírito da terra, o mesmo duende que abraçou o coração de Nietzsche, que o buscava em suas formas exteriores sobre a ponte Rialto ou na música de Bizet, sem encontrá-lo e sem saber que o duende que perseguia tinha saltado dos misteriosos gregos às bailarinas de Cádiz ou ao dionisíaco grito degolado da seguiriya de Silvério.

Assim, pois, não quero que ninguém confunda o duende com o demônio teológico da dúvida, ao qual Lutero, com um sentimento báquico, lançou um frasco de tinta em Nuremberg, nem com o diabo católico, destruidor e pouco inteligente, que se disfarça de cadela para entrar nos conventos, nem com o macaco falante que tem o espertalhão de Cervantes, na comédia dos ciúmes e das selvas de Andaluzia.

Não.  O duende de que falo, obscuro e estremecido, é descendente daquele alegríssimo demônio de Sócrates, mármore e sal que o arranhou indignado no dia em que tomou a cicuta, e do outro melancólico demoniozinho de Descartes, pequeno como amêndoa verde, que, farto de círculos e de linhas, saiu pelos canais para ouvir cantarem os marinheiros bêbados.

Todo homem, todo artista, dirá Nietzsche, cada degrau que sobe na torre de sua perfeição é às custas da luta que trava com um duende, não com um anjo, como se diz, nem com sua musa.  É preciso fazer essa distinção fundamental para a raiz da obra.

O anjo guia e presenteia como São Rafael, defende e evita como São Miguel, e previne como São Gabriel.

O anjo deslumbra, mas voa sobre a cabeça do homem, está acima, derrama sua graça, e o homem, sem nenhum esforço, realiza sua obra, ou sua simpatia, ou sua dança.  O anjo do caminho de Damasco ou o que entrou pelas fendas do balcãozinho de Assis, ou o que segue os passos de Enrique Susson, ordena, e não há maneira de recusar suas luzes, porque agita suas asas de aço no ambiente do predestinado.

A musa dita, e, em algumas ocasiões, sopra.  Pode relativamente pouco, porque já está distante e tão cansada (eu a vi duas vezes) que teve que colocar meio coração de mármore.  Os poetas de musa ouvem vozes e não sabem de onde elas vêm; são da musa que os alenta e às vezes os merenda.  Como no caso de Apollinaire, grande poeta destruído pela horrível musa que foi pintada a seu lado pelo divino angélico Rousseau.  A musa desperta a inteligência, traz paisagem de colunas e falso sabor de lauréis, e a inteligência é muitas vezes a inimiga da poesia, porque imita demasiadamente, porque eleva o poeta a um trono de agudas arestas e o faz esquecer que logo podem comê-lo as formigas ou pode cair-lhe na cabeça uma grande lagosta de arsênico, contra a qual nada podem as musas que há nos monóculos ou na rosa de tíbia laca do pequeno salão.

Anjo e musa vêm de fora; o anjo dá luzes e a musa dá formas (Hesíodo aprendeu com elas).  Pão de ouro ou prega de túnicas, o poeta recebe normas no bosquezinho de lauréis.  Ao contrário, o duende tem que ser despertado nas últimas moradas do sangue.

E rechaçar o anjo e dar um pontapé na musa, e perder o medo da fragrância de violetas que exala a poesia do século XVIII, e do grande telescópio em cujos cristais dorme a musa enferma de limites.

A verdadeira luta é com o duende.

Os caminhos para buscar a Deus são conhecidos, desde o modo bárbaro do eremita até o modo sutil do místico.  Com uma torre como Santa Teresa, ou com três caminhos como São João da Cruz.  E embora tenhamos que clamar com voz de Isaías: “Verdadeiramente és um Deus escondido”, ao fim e ao cabo Deus manda ao que o busca seus primeiros espinhos de fogo.

Para buscar o duende não há mapa nem exercício.  Só se sabe que ele queima o sangue como uma beberagem de vidros, que esgota, que rechaça toda a doce geometria aprendida, que rompe os estilos, que faz com que Goya, mestre nos cinzas, nos pratas e nos rosas da melhor pintura inglesa, pinte com os joelhos e com os punhos com horríveis negros de betume; ou que desnuda Mosén Cinto Verdaguer com o frio dos Pirineus, ou leva Jorge Manrique a esperar a morte no páramo de Ocaña, ou veste com uma roupa verde de saltimbanco o corpo delicado de Rimbaud, ou põe olhos de peixe morto no conde Lautréamont na madrugada do boulevard.

Os grandes artistas do sul da Espanha, ciganos ou flamengos, quer cantem, dancem ou toquem, sabem que não é possível nenhuma emoção sem a chegada do duende.  Eles enganam as pessoas, e podem dar a sensação de duende sem que ele esteja lá, como as enganam todos os dias autores ou pintores ou modistas literários sem duende; mas basta atentar um pouco, e não se deixar levar pela indiferença, para descobrir o engodo e fazê-lo fugir com o seu tosco artifício.

Uma vez, a “cantadora” andaluza Pastora Pavón, A Menina dos Pentes, sombrio gênio hispânico, equivalente em capacidade de fantasia a Goya ou a Rafael o Galo, cantava em uma pequena taberna de Cádiz.  Cantava com sua voz de sombra, com sua voz de estanho fundido, com sua voz coberta de musgo, e a enredava em seus cabelos ou a molhava em camomila ou a perdia entre estevais obscuros e longínquos.  Mas nada; era inútil.  Os ouvintes permaneciam calados.

Estava ali Ignacio Espeleta, formoso como uma tartaruga romana, a quem perguntaram uma vez: “Como não trabalhas?”, e ele, com um sorriso digno de Argantônio, respondeu: “Como vou trabalhar se sou de Cádiz?”

Estava ali Eloísa, a quente aristocrata, rameira de Sevilla, descendente direta de Soledad Vargas, que em trinta não quis casar com um Rothschild porque não a igualava em sangue.  Estavam ali os Floridas, que as pessoas crêem carniceiros, mas que na realidade são sacerdotes milenares que continuam sacrificando touros a Gereão, e em um canto, o imponente dono de gado Don Pablo Murube, com ar de máscara cretense.  Pastora Pavón terminou de cantar em meio ao silêncio.  Só, e com sarcasmo, um homem pequenino, desses homenzinhos bailarinos que saem de súbito das garrafas de aguardente, disse com voz muito baixa: “Viva Paris!”, como se dissesse: “Aqui não nos importam as faculdades, nem a técnica, nem a maestria.  Nos importa outra coisa.”

Então A Menina dos Pentes levantou-se como uma louca, tronchada como uma carpideira medieval, e bebeu de um trago uma grande copo de cazalla como fogo, e sentou-se a cantar sem voz, sem alento, sem matizes, com a garganta abrasada, mas… com duende.  Conseguira matar todo a estrutura da canção para dar lugar a um duende furioso e abrasador, amigo de ventos carregados de areia, que fazia com que os ouvintes rasgassem suas roupas quase com o mesmo ritmo com que as rasgam os negros antilhanos do rito, agrupados perante a imagem de Santa Bárbara.

A Menina dos Pentes teve que descarregar sua voz porque sabia que estava sendo escutada por gente estranha que não pedia formas, mas tutano de formas, música pura com o corpo exíguo para poder manter-se no ar.  Teve que empobrecer em faculdades e em seguranças; quer dizer, teve que afastar a musa e ficar desamparada, para que seu duende viesse e se dignasse a lutar com os braços nus.  E como cantou!  Sua voz já não cantava, sua voz era um jorro de sangue dignificado por sua dor e por sua sinceridade, e se abria como uma mão de dez dedos pelos pés cravados, mas cheios de borrasca, de um Cristo de Juan de Juní.

A chegada do duende pressupõe sempre uma transformação radical em todas as formas sobre velhos planos, dá sensações de frescor totalmente inéditas, com uma qualidade de rosa recém criada, de milagre, que chega a produzir um entusiasmo quase religioso.

Em toda música árabe, dança, canção ou elegia, a chegada do duende é saudada com enérgicos “Alá, Alá!”, “Deus, Deus!”, tão próximos do “Olé!” dos touros que talvez seja o mesmo; e em todos os cantos do sul da Espanha a aparição do duende é seguida por sinceros gritos de “Viva Deus!”, profundo, humano, terno grito de uma comunicação com Deus por meio dos cinco sentidos, graças ao duende que agita a voz e o corpo da bailarina, evasão real e poética deste mundo, tão pura como a conseguida pelo raríssimo poeta do século XVIII Pedro Soto de Rojas através de sete jardins, ou a de João Clímaco por uma estremecido acesso de pranto.

Naturalmente, quando essa evasão é alcançada todos sentem seus efeitos: o iniciado, vendo como o estilo vence uma matéria pobre, e o ignorante, no não sei quê de uma emoção autêntica.  Há anos, em um concurso de baile de Jerez de la Frontera, quem ganhou o prêmio foi uma velha de oitenta anos, contra formosas mulheres e meninas com a cintura de água, pelo simples fato de levantar os braços, erguer a cabeça e dar um golpe com o pé sobre o tablado; mas na reunião de musas e de anjos que havia ali, belezas de forma e belezas de sorriso, tinha que ganhar e ganhou aquele duende moribundo que arrastava pelo chão suas asas de facas oxidadas.

Todas as artes são capazes de duende, mas onde ele encontra maior campo, como é natural, é na música, na dança e na poesia falada, já que elas necessitam de um corpo vivo que interprete, porque são formas que nascem e morrem de modo perpétuo e alçam seus contornos sobre um presente exato.

Muitas vezes o duende do músico passa para o duende do intérprete, e outras vezes, quando o músico ou o poeta não são tais, o duende do intérprete, e isto é interessante, cria uma nova maravilha que tem na aparência, e nada mais, a forma primitiva.  Este é o caso da enduendada Eleonora Duse, que buscava obras fracassadas para fazê-las triunfar, graças ao que ela inventava, ou o caso de Paganini, descrito por Goethe, que fazia com que se ouvisse melodias profundas em verdadeiras vulgaridades, ou o caso de uma deliciosa garota do Porto de Santa Maria, que vi cantar e dançar a horrorosa canção italiana O Mari!, com uns ritmos, uns silêncios e uma intenção que faziam da bugiganga italiana uma dura serpente de ouro puro.  O que acontece é que eles encontravam efetivamente alguma coisa nova, que não tinha nada a ver com a anterior, que punham sangue vivo e ciência em corpos vazios de expressão.

Todas as artes, e também os países, têm capacidade de duende, de anjo e de musa; e assim como a Alemanha tem, com exceções, musa, e a Itália tem permanentemente anjo, a Espanha é em todos os tempos movida pelo duende, como país de música e dança milenares, onde o duende espreme limões de madrugada, e como país de morte, como país aberto à morte.

Em todos os países a morte é um fim.  Ela chega e fecham-se as cortinas.  Na Espanha, não.  Na Espanha elas são abertas.  Muita gente vive ali entre suas paredes até o dia em que morre e é colocada ao sol.  Um morto na Espanha está mais vivo como morto que em qualquer lugar do mundo: fere seu perfil como um fio de uma navalha bárbara.  O chiste sobre a morte e sua contemplação silenciosa são familiares aos espanhóis.  Desde O sonho das caveiras, de Quevedo, até o Bispo apodrecido, de Valdés Leal, e desde a Marbella do século XVII, morta de parto na metade do caminho, que diz:

La sangre de mis entrañas
cubriendo el caballo está.
Las patas de tu caballo
echan fuego de alquitrán…

ao jovem moço de Salamanca, morto pelo touro, que clama

Amigos, que yo me muero;
amigos, yo estoy muy malo.
Tres pañuelos tengo dentro
y este que meto son cuatro…

há uma balaustrada de flores de salitre, de onde assoma um povo de contempladores da morte, com versículos de Jeremias em seu lado mais áspero, ou com cipreste fragrante pelo lado mais lírico; mas um país onde o mais importante de tudo tem um último valor metálico de morte.

A faca e a roda do carro, e a navalha e as barbas pontudas dos pastores, e a lua despida, e a mosca, e as despensas úmidas, e os destroços, e os santos cobertos de renda, e a cal, e a linha cortante dos alpendres e dos mirantes têm na Espanha diminutas ervas de morte, alusões e vozes perceptíveis para um espírito alerta, que nos traz à memória o ar rígido de nosso próprio trânsito.  Não é casualidade toda a arte espanhola ligada à nossa terra, cheia de cardos e de pedras definitivas, não é um exemplo isolado a lamentação de Pleberio ou as danças do maestro Josef María de Valdivielso, não é um acaso que de toda balada européia se destaque esta amada espanhola:

–  Si tu eres mi linda amiga,
cómo no me miras, di?
–  Ojos con que te miraba
a la sombra se los di.
–  Si tú eres mi linda amiga,
cómo no me besas, di?
–  Labios com que te besaba
a la tierra se los di.
–  Si tú eres mi linda amiga,
cómo no me abrazas, di?
–  Brazos com que te abrazaba,
de gusanos los cubrí.

Nem é estranho que nos alvoreceres de nossa lírica soe esta canção:

Dentro del vergel
moriré,
dentro del rosal
matar me han.
Yo me hiba, mi madre,
las rosas coger,
hallara la muerte
dentro del vergel.
Yo me hiba, madre,
las rosas cortar,
hallara la muerte
dentro del rosal.
Dentro del vergel,
moriré,
dentro del rosal
matar me han.  (4)

As cabeças geladas pela lua que Zurbarán pintou, o amarelo manteiga com o amarelo relâmpago de El Greco, o relato do padre Sigüenza, a obra inteira de Goya, a abside da igreja de El Escorial, toda a escultura policromada, a cripta dos Benavente em Medina de Rioseco, equivalem no culto às romarias de San Andrés de Teixido, onde os mortos tomam lugar na procissão, aos cantos fúnebres que cantam as mulheres de Astúrias com lanternas cheias de chamas na noite de novembro, ao canto e à dança da Sibila nas catedrais de Mallorca e Toledo, ao obscuro In Recort tortosino e aos inumeráveis ritos da Sexta-Feira Santa, que com a cultíssima festa dos touros formam o triunfo popular da morte espanhola.  No mundo, somente o México pode ombrear com meu país.

Quando a musa vê a morte chegar fecha a porta ou ergue um plinto ou passeia uma urna e escreve um epitáfio com mão de cera, mas em seguida começa a rasgar seu laurel com um silêncio que vacila entre duas brisas.  Sob o arco truncado da ode, ela junto com sentido fúnebre as flores exatas que pintaram os italianos do século XV e chama o seguro galo de Lucrécio para que espante sombras imprevistas.

Quando vê chegar a morte, o anjo voa em círculos lentos e tece com lágrimas de gelo e narciso a elegia que vimos tremer nas mãos de Keats, e nas de Villasandino, e nas de Herrera, e nas de Bécquer e nas de Juan Ramón Jiménez.  Mas que horror o do anjo ao sentir uma aranha, por menor que ela seja, sobre seu terno pé rosado!

Ao contrário, o duende não chega se não vê possibilidade de morte, se não sabe que ela há de rondar sua casa, se não tem segurança de que há de balançar esses ramos que todos carregamos e que não têm, que não terão consolo.

Com idéia, com som ou com gesto, o duende gosta das bordas do poço em franca luta com o criador.  Anjo e musa escapam com violino ou compasso, e o duende fere, e na cura dessa ferida, que não se fecha nunca, está o insólito, o inventado da obra de um homem.

A virtude mágica do poema consiste em estar sempre enduendado para batizar com água obscura a todos os que o vêem, porque com duende é mais fácil amar, compreender, e é certeza ser amado, ser compreendido, e essa luta pela expressão e pela comunicação da expressão adquire às vezes, em poesia, caracteres mortais.

Recordai o caso da flamenguíssima e enduendada Santa Teresa, flamenga não por dominar um touro furioso e dar-lhe três passes magníficos; não por enfrentar frei Juan de la Miseria nem por dar uma bofetada no Núncio de Sua Santidade, mas por ser uma das poucas criaturas cujo duende (não anjo, porque o anjo não ataca nunca) a transpassa com um dardo, querendo matá-la por ter roubado seu último segredo, a ponte sutil que une os cinco sentidos com esse centro em carne viva, em nuvem viva, em mar vivo, do Amor libertado do Tempo.

Valentíssima vencedora do duende, e um caso oposto ao de Felipe da áustria, que, ansiando buscar musa e anjo na teologia, viu-se aprisionado pelo duende dos ardores frios nessa obra de El Escorial, onde a geometria ombreia com o sonho e onde o duende põe máscara de musa para eterno castigo do grande rei.

Dissemos que o duende ama a orla, o limite, a ferida, e se aproxima dos lugares onde as formas se fundem em um anelo superior a suas expressões visíveis.

Na Espanha (como nos povos do Oriente, onde a dança é expressão religiosa) o duende tem um campo sem limites nos corpos das bailarinas de Cádiz, elogiadas por Marçal, nos peitos dos que cantam, elogiados por Juvenal, e em toda a liturgia dos touros, autêntico drama religioso onde, da mesma maneira que na missa, se adora e se sacrifica a um Deus.

É como se todos os duendes do mundo clássico se juntassem nessa festa perfeita, expoente da cultura e da grande sensibilidade de um povo que descobre no homem suas melhores iras, suas melhores bílis e seu melhor pranto.  Nem no baile espanhol nem nos touros alguém se diverte; o duende se encarrega de fazer sofrer através do drama, em formas vivas, e prepara as escadas para uma evasão da realidade que circunda.

O duende opera sobre o corpo da bailarina como o vento sobre a areia.  Transforma com mágico poder uma garota em paralítica da lua, ou enche de rubores adolescentes um velho roto que pede esmola pelas tendas de vinho, dá aos cabelos um cheiro de porto noturno, e em todo momento opera sobre os braços com expressões que são mães da dança de todos os tempos.

E é impossível que ele se repita, isso é muito interessante de sublinhar.  O duende não se repete, como não se repetem as formas do mar na tempestade.

Nos touros ele adquire seus acentos mais impressionantes, porque tem que lutar, por um lado, com a morte, que pode destruí-lo, e por outro lado com a medida, base fundamental da festa.

O touro tem sua órbita: o toureiro, a sua, e entre órbita e órbita um ponto de perigo onde está o vértice do terrível jogo.

Pode-se ter musa com muleta e anjo com bandeirinhas e passar por bom toureiro, mas na faina de capa, com o touro limpo ainda de feridas, e no momento de matar, necessita-se da ajuda do duende para acertar no cravo da verdade artística.

O toureiro que assusta o público na praça por sua temeridade não toureia, mas encontra-se neste plano ridículo, ao alcance de qualquer homem, de jogar com a vida; ao contrário, o toureiro mordido pelo duende dá uma lição de música pitagórica e faz esquecer que arrisca constantemente o coração sobre os cornos.

Lagartijo com seu duende romano, Joselito com seu duende judeu, Belmonte com seu duende barroco e Cagancho com seu duende cigano, ensinam, desde o crepúsculo do anel, a poetas, pintores e músicos, quatro grandes caminhos da tradição espanhola.

A Espanha é o único país onde a morte é o espetáculo nacional, onde a morte toca longos clarins à chegada das primaveras, e sua arte está sempre regida por um duende agudo que lhe dá sua diferença e sua qualidade de invenção.

O duende que enche de sangue, pela primeira vez na escultura, as faces dos santos do mestre Mateo de Compostela, é o mesmo que faz São João da Cruz gemer ou queima ninfas nuas com os sonetos religiosos de Lope.

O duende que levanta a torre de Sahagún ou trabalha ladrilhos quentes em Calatayud ou Teruel é o mesmo que rasga as nuvens de El Greco e põe a rodar a pontapés os aguazis de Quevedo e as quimeras de Goya.

Quando chove faz surgir Velázquez enduendado, em segredo, por trás de seus cinzas monárquicos; quando neva faz Herrera sair nu para demonstrar que o frio não mata; quando arde, põe em suas chamas Berruguete e o faz inventar um novo espaço para a escultura.

A musa de Góngora e o anjo de Garcilaso hão de soltar a guirlanda de laurel quando passa o duende de São João da Cruz, quando

el ciervo vulnerado
por el otero asoma.

A musa de Gonzalo de Berceo e o anjo do Arcipreste de Hita devem separar-se para dar lugar a Jorge Manrique, quando chega ferido de morte às portas do castelo de Belmonte.  A musa de Gregoria Hernández e o anjo de José de Mora devem separar-se para que cruze o duende que chora lágrimas de sangue de Mena e o duende com cabeça de touro de Martínez Montañes, como a melancólica musa da Cataluña e o anjo molhado de Galicia olham, com amoroso assombro, o duende de Castilla, tão distante do pão quente e da dulcíssima vaca que pasta com normas de céu varrido e terra seca.

Duende de Quevedo e duende de Cervantes, com verdes anêmonas de fósforo um, e flores de gesso de Ruidera o outro, coroam o retábulo do duende da Espanha.

Cada arte tem, como é natural, um duende de modo e forma distintos, mas todas unem suas raízes em um ponto de onde manam os sons negros de Manuel Torres, matéria última e fundo comum incontrolável e estremecido de lenho, som, tela e vocábulo.

Sons negros por trás dos quais estão já em terna intimidade os vulcões, as formigas, os zéfiros e a grande noite apertando a cintura com a Via Láctea.

Senhoras e senhores; ergui três arcos e com mão torpe coloquei neles a musa, o anjo e o duende.

A musa permanece quieta; pode ter a túnica de pequenas pregas ou os olhos de vaca que miram em Pompéia o narizinho de quatro caras com que seu grande amigo Picasso a pintou.  O anjo pode agitar cabelos de Antonello de Mesina, túnica de Lippi e violino de Massolino ou de Rousseau.

O duende…  Onde está o duende?  Pelo arco vazio entra um ar mental que sopra com insistências sobre as cabeças dos mortos, em busca de novas paisagens e acentos ignorados; um ar com cheiro de saliva de menino, de erva pisada e véu de medusa que anuncia o constante batismo das coisas recém criadas.

Notas

(1)   O sangue de minhas entranhas
cobrindo o cavalo está.
As patas de teu cavalo
deitam fogo de alcatrão…  

(2)  Amigos, estou morrendo;
amigos, estou muito mal.
Tenho três lenços dentro
e com este que ponho são quatro…

(3)  – Se tu és minha linda amiga,
como não me olhas, diz?
– Olhos com que te olhava
à sombra eu os dei
– Se tu és minha linda amiga,
como não me beijas, diz?
– Lábios com que te beijava
à terra eu os dei.
– Se tu és minha linda amiga,
como não me abraças, diz?
– Braços com que te abraçava,
de vermes eu os cobri.

(4)   Dentro do vergel
morrerei,
dentro do roseiral
me hão de matar.
Eu ia, minha mãe,
As rosas colher,
Encontrei a morte
Dentro do vergel.
Eu ia, minha mãe,
As rosas cortar,
Encontrei a morte
Dentro do roseiral.
Dentro do vergel
morrerei,
dentro do roseiral
me hão de matar.

(5)  o cervo ferido
pelo outeiro assoma.

In Federico García Lorca.  Obras Completas.  Ed. Aguillar.  Tradução: Roberto Mallet.espanhola com o fim de corrigir sua frivolidade de praia francesa, cerca de mil conferências. 

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