Mudança de Energia: Honrando as Estações Internas e Externas
Por que precisamos prestar atenção à mudança energética?
O mundo moderno nos condiciona a estarmos sempre conectados. Sempre produtivos, sempre disponíveis, sempre criando. Mas nossos corpos não são máquinas. Eles são cíclicos, vivos e rítmicos.
A mudança energética das estações nos lembra que não podemos forçar a primavera quando estamos no inverno, nem exigir a energia intensa do verão quando nosso corpo pede o descanso do outono. Aprender a respeitar essas mudanças é um ato de autoestima e amor-próprio .
Quando ignoro minhas fases internas, sinto-me esgotada, desconectada e frágil. Quando as honro, sinto-me alinhada, centrada e magnética. Essa verdade se conecta profundamente com o ensinamento de onde honrar seu próprio ritmo não é indulgência, mas soberania.
Estações Exteriores e a Mudança de Energia Interior
Ao deixarmos o verão e entrarmos no outono, as manhãs ficam mais escuras e o despertar parece mais lento, mais suave, quase sonolento. Essa mudança de energia nos convida a desacelerar, a nos desapegarmos do que não precisamos mais carregar e a nos entregarmos ao ritmo da mudança.
Mesmo que você esteja lendo de um lugar onde o sol ainda brilha forte, o mundo está sempre mudando em algum lugar. E dentro de cada um de nós, o mesmo acontece. Não importa onde você viva, você carrega as estações do corpo.
A beleza de viver em sintonia com as estações do corpo está em perceber como o mundo exterior reflete o interior.

- A primavera traz novas ideias e energia renovada. Essa mudança energética com a chegada da primavera estimula o plantio de sementes, o início de projetos e a abertura de novas portas.
- O verão é extrovertido e magnético. A energia atinge o seu auge, e essa mudança energética convida à partilha, à expressão e à visibilidade.
- O outono é introspectivo. A mudança energética que se inicia com a chegada do outono convida à reflexão, ao refinamento e à libertação.
- O inverno é calmo e restaurador. A transição energética para o inverno nos convida a descansar, confiar no invisível e reunir forças.
Para as mulheres, esses ritmos muitas vezes refletem o ciclo menstrual: a primavera coincide com a fase folicular, o verão com a ovulação, o outono com a fase lútea e o inverno com a menstruação. No entanto, essa sabedoria pertence a todas as mulheres, menstruando ou não. Mulheres na menopausa, grávidas ou em diferentes fases da vida ainda estão sintonizadas com essas mudanças arquetípicas. O corpo carrega esse ritmo para além do próprio ciclo, como uma marca feminina mais profunda.
Esses movimentos externos são universais, mas também os carregamos internamente. Todos nós temos dias de florescimento, dias de descanso, dias de libertação e dias de esplendor. Quando você aprende a acompanhar esses ciclos internos, você incorpora o que costumo chamar de beleza como tecnologia espiritual , honrando o ritmo como poder.
Vivendo contra a mudança energética

Grande parte da nossa desconexão moderna provém de ignorarmos ou resistirmos à mudança energética que ocorre internamente.
Tentamos criar no inverno.
Nós avançamos no outono.
Ignoramos o apelo ao descanso porque nos dizem que consistência é sinônimo de sucesso.
Mas e se o sucesso for, na verdade, alinhamento? E se o magnetismo não vier da resistência à mudança de energia, mas sim de honrá-la?
Quando resistimos, a vida parece um atrito. Quando nos alinhamos, a vida parece fluir. É aqui que práticas ancestrais femininas nos lembram que o próprio corpo carrega o mapa do tempo e da criação.
Mudança de energia como autoestima
Quanto mais presto atenção, mais claro fica: a mudança de energia também é um reflexo da autoestima.
Honrar o ritmo do seu corpo é declarar: “Eu importo. Minhas necessidades importam. Minha energia importa.”
Isso é soberania. Isso é dignidade. Isso é valor.
Então, quando honro meu outono interior, não estou sendo preguiçosa, estou me alinhando. Quando me entrego ao meu verão, não estou me exibindo, estou incorporando minha plenitude. Cada mudança de energia contém beleza. Cada uma merece reverência.
E quando protegemos esse valor através de limites, isso ecoa o ensinamento de onde abraçamos nossa fragilidade sem pedir desculpas.
Como honrar a mudança energética
Aqui estão algumas maneiras de você se conectar e celebrar a sua estação atual:
- Se você sente a chegada da primavera : Comece algo novo. Anote suas ideias em um diário. Plante sementes, sejam elas literais ou metafóricas.
- Se você está sentindo o espírito do verão : Compartilhe seus talentos. Expresse-se criativamente. Conecte-se e seja visível.
- Se você sente a chegada do outono : reflita. Anote o que está partindo. Diminua o ritmo e simplifique.
- Se você se sente no inverno : Descanse. Durma. Medite. Confie no crescimento invisível.
Se você não tiver certeza, pergunte a si mesmo: “Estou expandindo ou descansando? Começando ou concluindo?” A resposta lhe dirá em qual mudança de energia você está.
Para uma análise mais aprofundada sobre o alinhamento desses ritmos, você pode gostar da exploração sobre o afeto e o humor sazonais e sobre ritmos circadianos , ambos mostrando como a ciência reflete o que a sabedoria ancestral já conhecia.
O Spa como Portal de Transformação Energética
O spa é um reflexo externo da mudança de energia que chega ao outono, um lugar para desacelerar, liberar a tensão e mergulhar no descanso.
Antes, eu via os spas como um luxo, algo que eu precisava conquistar. Agora, os vejo como algo frequente, uma forma de promover o bem-estar e a recuperação do sistema nervoso. Não são um mimo, são medicina.
É assim que rituais externos, como uma ida ao spa, podem funcionar como portais. Eles refletem a mudança energética externa e nos ajudam a incorporar essa mesma mudança internamente.
Reflexão final
Em qualquer lugar do mundo, independentemente do clima ao seu redor, seu corpo carrega suas próprias oscilações de energia.
Você pode estar vivendo um verão de criatividade enquanto o mundo exterior está em inverno. Ou pode estar em um inverno interior de quietude enquanto seu ambiente interno é quente e vibrante. Ambos são válidos. Ambos são importantes. Mas se estiver alinhada a natureza, isso pode fluir de forma muito mais eficaz.
O convite é simples: pare de resistir à mudança de energia. Deixe seu corpo guiá-lo em seu ritmo. É aí que se encontram o alinhamento, a beleza e a fluidez.

A psique e a alma das mulheres também têm seus próprios ciclos e estações de ação e solidão, de correria e permanência, de envolvimento e distanciamento, de questionamentos e repouso, de criação e incubação, de estar no mundo e de retornar ao seu lugar de alma.
Dra. Clarissa Pinkola Estés
“A Roda do Ano” pode nos apoiar?
A Roda do Ano é uma companheira que nos apoia, ajudando-nos a lembrar que estamos conectados à Terra e aos seus ritmos naturais.
A Roda do Ano é um forma de de honrar e se alinhar a Natureza e, assim, a natureza interna de cada ser. Ela identifica 8 fases no ano, aproximadamente a cada 45 dias, onde, para quem mora pertinho de grande natureza sabe, a natureza mostra claramente mudanças importantes. Não tem a ver exatametne com ´clima´, mas com a posição do sol em relação a Terra.
(veja neste artigo: https://portal.divinafeminina.org/roda-do-ano-8-oito-festivais-celtas-pagaos-festividades-anuais-da-deus/)
Quando começamos a prestar atenção aos ciclos da natureza, podemos começar a viver de uma forma mais equilibrada – em sintonia conosco mesmos e com o mundo ao nosso redor. Aprendemos quando é hora de descansar e recarregar as energias, e quando é hora de nos dedicarmos e fazermos as coisas acontecerem. Essa forma de viver, em sintonia com as estações do ano, nos ajuda a nos sentirmos mais centrados e conectados.
É também uma forma mais natural de marcar o tempo, celebrar as mudanças e nos conhecermos melhor ao longo do ano. Para muitos, é um caminho espiritual, uma forma de se conectar com algo mais profundo, e também pode unir comunidades.
Basicamente, é uma maneira linda de desacelerar, estar presente e apreciar todas as pequenas maravilhas ao nosso redor.